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'O Leblon de Manoel Carlos': de onde vem paixão do autor pelo nome Helena?

Regina Duarte foi quem deu vida ao maior número de Helenas - Globo/Roberto Steinberger e Arley Alves
Regina Duarte foi quem deu vida ao maior número de Helenas Imagem: Globo/Roberto Steinberger e Arley Alves
do UOL

De Splash, em Paraty (RJ) e Rio de Janeiro

10/10/2024 05h30

A série documental "O Leblon de Manoel Carlos" conta com a direção de Júlia Almeida, filha do autor, e aborda a relação do novelista com o bairro da zona sul carioca.

Se por um lado o Leblon foi o cenário de várias histórias escritas por Maneco, de outro um nome sempre ocupou o inconsciente de milhões de brasileiros: as protagonistas chamadas Helena. Mas, afinal, por que o nome sempre aparecia nas tramas?

A resposta está na mitologia grega. O nome faz alusão a Helena de Troia, filha do deus Zeus e da mortal Leda, personagem conhecida por ser a mulher mais bela do mundo. A explicação foi dada durante entrevista do autor ao Conversa com Bial (Globo), em 2020.

Foi Helena de Troia, e escolhi porque gosto do nome... Curiosamente, tive duas filhas mulheres e nenhuma delas se chama Helena. As pessoas me perguntavam na rua: 'Foi sua namorada? Sua amante?'. Eu dizia: 'Não'. Podia parecer que era minha mãe, minha irmã ou alguém da família, mas não era, não.

As Helenas

Helenas  - Reprodução Vídeo/TV Globo - Reprodução Vídeo/TV Globo
Helena (Christiane Torloni) em "Mulheres Apaixonadas"
Imagem: Reprodução Vídeo/TV Globo

A primeira Helena foi interpretada por Lilian Lemmertz, em "Baila Comigo" (1981). A personagem se culpava por ter se distanciado de um de seus filhos, que estava sendo criado pelo pai, vivido por Tony Ramos.

Regina Duarte foi quem deu vida ao maior número de Helenas: foram três, das nove criadas por Maneco. A primeira vez foi em "História de Amor" (1995), na qual Helena viveu um romance com Carlos Alberto (José Mayer).

Dois anos depois, Regina foi a personagem em "Por Amor", em que a mãe nutre uma grande amizade com a filha, Eduarda (Gabriela Duarte). A terceira vez foi em "Páginas da Vida" (2006). Ela emocionou o público ao lutar contra o preconceito sofrido pela filha, Clara, portadora da síndrome de Down.

Maitê Proença também deu vida à personagem em "Felicidade" (1991). Ela era doce e conhecida pelo apelido Leninha. Em "Laços de Família" (2000), Vera Fischer interpretou a Helena que renunciou à paixão por Edu (Reynaldo Gianecchini) a favor da filha, Camila (Carolina Dieckmann).

Christiane Torloni foi a sexta Helena de Manoel Carlos em "Mulheres Apaixonadas" (2002). A personagem decidiu se separar do marido, Téo (Tony Ramos), após 15 anos de casamento para reviver um amor do passado.

Já Taís Araújo viveu a única Helena negra da trajetória de Maneco. Em 2009, ela protagonizou "Viver a Vida", sendo uma modelo internacional que abdicou da carreira para se casar com o empresário Marcos, também vivido por José Mayer.

Última protagonista foi interpretada por Julia Lemmertz, na novela "Em Família" (2014).

'O Leblon de Manoel Carlos'

Manoel Carlos - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Manoel Carlos é autor de novelas como 'Laços de Família' e 'Mulheres Apaixonadas'
Imagem: Reprodução/Instagram

Série documental, cujos episódios estão sendo disponibilizados no YouTube, foi exibida durante a 22ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), no último dia 10. A mesa contou com a participação da diretora e filha do autor, Júlia Almeida, e da atriz Vivianne Pasmanter.

A produção explora a conexão do novelista com o bairro do Leblon. O documentário tem como objetivo preservar o legado criativo do autor, examinando a vida e a obra por meio da lente da relação com o bairro nobre.

*O repórter Ricardo Pedro Cruz viajou a convite do Instituto CCR, patrocinador e parceiro de mobilidade da Flip.