Legítimo inovador do funk carioca, Kevin o Chris mostrou em seu show na sexta (13), no Espaço Favela do Rock in Rio, que tem uma visão panorâmica do estilo. Conhecido pelo supersônico estilo 150 BPM, ao vivo ele ultrapassa as limitações do gênero. Canta bem (ao vivo, e sem autotune). Demonstra ecletismo e não reduz a adrenalina mesmo ao desacelerar o ritmo. E vai do tamborzão ao melody — além de protagonizar os momentos mais roqueiros de um dia com pouco espaço para guitarras. Ao misturar clássicos das antigas, os hits pesadões do Baile da Gaiola e músicas mais recentes cheias de referências ousadas, Kevin anuncia que ainda está em plena evolução. E segue carregando o funk junto.
AO VIVAÇO
Kevin contou com um DJ no palco, mas o grande destaque foi a instrumentação ao vivo, com direito a guitarra e baixo. Ele também dispensa o playback e manda ver no gogó o show todo, sem "segunda voz", samples ou efeitos.
ROCK NO FUNK
Pelo menos em dois momentos o rock deu as caras em meio ao batidão. Primeiro, a levada de "Seven Nation Army" (White Stripes) surge como vinheta. Depois, o baixista Igor solta a mão na citação de "Day Tripper" (Beatles) para introduzir "Dentro do Carro" -- hit que Kevin classificou como "divisor de águas".
FILHÃO
"Esta eu vou dedicar ao meu pai, que está ali", anunciou Kevin antes de cantar "Pitbullzado Loratcho Braddock".
DAS ANTIGAS
Uma seção do set foi dedicada a versões de hits do passado, revisitados de forma reverente mas suingada. Teve "Glamourosa" (MC Marcinho), "Nosso Sonho" (Claudinho & Buchecha) e "Ela Só Pensa em Dançar" (MC Leozinho).
HITS E MAIS HITS
E teve sucessos próprios também, como "Tá Ok", "Finalidade Era Ficar em Casa", "Eu Vou pro Baile da Gaiola" e "Tipo Gin". Nesta última, em ritmo mais lento e cadenciado, o guitarrista fez outra graça e meteu um trecho de "Maria Maria" (Santana).
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