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Cineasta chinesa é premiada por curta-metragem sobre paixão por música

A cineasta Viv Li - Arnold Jerocki/Getty Images for L"Oreal Paris
A cineasta Viv Li Imagem: Arnold Jerocki/Getty Images for L'Oreal Paris
do UOL

Natália Eiras

Colaboração a Splash, de Cannes (França)

25/05/2024 12h03Atualizada em 25/05/2024 12h03

A cineasta chinesa Viv Li decidiu falar um pouco sobre o seu amor pela arte no curta-metragem de 15 minutos "Across the Waters". A obra conta a história de uma jovem em uma vila remota que não recebe sinais de rádio e que fica curiosa ao ouvir música no walkman de um caminhoneiro de passagem.

"A paixão que a protagonista sente por música é semelhante ao que sinto pelo cinema", disse a profissional na premiação, que foi a ganhadora do quarto Prêmio L'Oréal Lights on Women's Worth, entregue nesta sexta-feira (24), como um evento paralelo ao Festival de Cannes, na França.

O nome da cineasta, que mora em Berlim, na Alemanha, foi anunciado por Elle Fanning, jurada da premiação que busca trazer visibilidade e suporte financeiro para jovens diretoras de cinema.

Com esse prêmio, queremos incentivar que mais mulheres trabalhem no comando de produções cinematográficas. Afinal, quando vimos uma mulher nesse lugar de poder, acreditamos que todas nós somos capazes de estar em papéis de liderança, disse Delphine Viguier-Hovasse, diretora de marca global da L'Oréal Paris em entrevista para Splash em seu hotel.

Criada em 2021 para diminuir a disparidade financeira e de representatividade de gênero na indústria do cinema, a premiação celebra as diretoras mulheres que estão concorrendo na seleção oficial de curtas-metragens do Festival de Cannes. Kate Winslet foi, até o ano passado, jurada do prêmio, posto assumido este ano pela primeira vez por Elle Fanning.

Ela foi a artista mais jovem a fazer parte do júri oficial de Cannes e, por isso, acreditamos que ela sabe muito bem o que está fazendo. Uma mulher da idade dela pode trazer novas perspectivas para o que estamos fazendo, comentou a executiva da L'Oréal.

Antes de Viv Li, o prêmio já celebrou Aleksandra Odi?, por "Frida" (Alemanha), em 2021; Mai Vu, por "Spring Roll Dream" (Vietnã), em 2022; e Fatima Kaci por "The Voice of Others" (France), em 2023. "O interessante é perceber que, depois de terem sido 'iluminados' pelo Lights on Women´s, estes curtas-metragens rodaram o mundo em seleções de festivais bastante importantes para o mercado cinematográfico. Quer dizer que estamos fazendo algo certo", falou Delphine.

Uma celebração do gênero

As cineastas Xiwen Cong ("Banished Love"), Pola Kazak ("Plevel"), Yoori Lim ("Forest of Echoes"), Alison McAlpine ("Perfectly a Strangeness"), Mansi Maheshwari ("Bunnyhood"), Eglé Razumaité ("Ootidé"), Asya Segalovich ("Out the Window through the wall"), Amie Song ("Three") e Amit Vaknin ("Pop") também concorriam ao prêmio.

O Brasil podia não ter nenhuma profissional indicada, mas foi representado no evento pela atriz Taís Araújo, embaixadora da L'Oréal Paris, e Gabriela Carneiro da Cunha, diretora cujo documentário "A Queda do Céu" estava em cartaz na Quinzena do Cineasta, parte da programação do Festival de Cannes. O encontro das artistas foi marcado por uma coincidência: ambas estudaram no mesmo colégio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Este tipo de conversa é algo que ocorre naturalmente no evento, segundo Taís Araujo. "Não há uma competição, é quase como uma celebração do gênero", falou em entrevista para Splash.

Viv Li, bastante emocionada por ganhar o prêmio, disse que não esperava ser agraciada e nem mesmo preparou um discurso de agradecimento. "Mas sei que voltarei para casa com a bagagem alguns quilos mais pesada, por conta desse prêmio e da felicidade", falou.

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