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Cubano Cimafunk prega mensagem positiva no C6 Fest: 'Você pode fazer isso!'

Cimafunk ilumina a tarde de sábado (18) do C6 Fest, em São Paulo - Mariana Pekin/UOL
Cimafunk ilumina a tarde de sábado (18) do C6 Fest, em São Paulo Imagem: Mariana Pekin/UOL
do UOL

Arape Malik

De Splash, em São Paulo

19/05/2024 16h12

Cimafunk fez história no festival C6 Fest, na tarde de sábado (18), no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Momentos antes do show, eu bati um papo com ele, que é chamado de James Brown cubano, e aqui você encontra um trecho da nossa conversa!

Arape Malik: Você já disse em entrevistas anteriores que ama a música brasileira. Desde quando vem essa relação com a música daqui?

É um longo relacionamento! Estamos sempre ouvindo! Eu ouço música brasileira desde sempre! Quando eu era criança, quando as pessoas aprendem a tocar música no violão, você sempre aprendia a música do Djavan. [Cimafunk cantarola "Acelerou", do Djavan.] Você não sabe as palavras, mas aprende os sons. Um dos meus sons favoritos é com a Ana Carolina! "É isso aí, há quem acredite em milagres…". E desse tipo de também tem Lenine e é claro Carlinhos Brown, que também foi um dos primeiros a experimentar com todos os sons. Cimafunk

E quais foram os artistas que te influenciaram na sua formação?

Muitas vezes foi o James Brown, o Benny Moré e o Marvin Gaye… Muita música africana, todos esses caras, George Clinton... Tem muitos artistas que nós ouvimos, e eu amo isso. Sim, Michael Jackson, é claro! Stevie Wonder! E o grande homem, o primeiro e único James Brown.

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Cimafunk, que abriu a Arena Heineken no C6 Fest, no sábado (18), em São Paulo
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Inclusive sempre fazem comparações entre seu jeito de performar e o James Brown. Como você se sente com isso?

Eu me sinto ótimo, cara! É o primeiro e único James! Eu me sinto ótimo! É uma ótima referência! Quando as pessoas que me associam a James Brown, é ótimo, porque ele é o professor! Ele é um dos principais professores, em muitos sentidos! Na música, na vida, no empreendedorismo… Realmente era um exemplo a seguir em termos de melhorar a si mesmo na música. E, sim, eu sempre me sinto grato por isso. Pelas pessoas me associando ao James Brown.

Seu nome vem de Cimarrón Funk, um povo que formava comunidades para escapar da escravidão e se defender de opressores. Qual o peso da luta por direitos civis e da luta racial na sua vida e na sua música?

É uma bênção! É muito porque minha música é... Eu acho que você prega com exemplo. Sabe? Essa é a principal luta que identifiquei o tempo todo. Eu sempre me identifico com as pessoas, artistas, pessoas em geral que me inspiram a fazer as coisas que eu quero fazer. Essa é a mensagem que me mudou. E essa é a mensagem que deixo nas pessoas, crianças, jovens, todas as pessoas, especialmente pessoas de Cuba. Negros também, é claro, porque eles também se identificam comigo. Quando eles veem o que estou fazendo, quando eles veem pelo que estou passando. E quando vêem que eu vim do nada e agora eu sou capaz de chegar a esse palco, por exemplo, viajar o mundo apenas com meu trabalho. Trabalhando e acreditando na minha equipe, acreditando em mim e me amando! Eu acho que isso é super importante para todos! Porque você é seu próprio mundo, sabe? Então você tem que se consertar primeiro. Você tem que atrair pra você o que você quer, o que pode ajudá-lo a crescer, e não o que não te ajuda a crescer. Toda mensagem é boa.

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O cantor cubano Cimafunk, que prega positividade em suas músicas
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Cada mensagem é o que as pessoas têm o direito de dizer, o que eles querem. Mas algumas mensagens não são certas para algumas pessoas. Quando você recebe uma mensagem depressiva todos os dias, todos os dias e todos os dias, você vai ficar deprimido. Mas quando, todos os dias, você vê uma mensagem positiva, você vê pessoas que estão na mesma posição que você e que estão indo atrás do que elas querem e eles dizem: "Você pode fazer isso!", "Você pode fazer isso!" , "Você pode fazer isso!". Então só aí você vai começar, você vai mudar sua vida. E você vai mudar o pequeno ambiente ao seu redor. E é assim que você começa a mudar.

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Cimafunk levantou a plateia do C6 Fest, em São Paulo
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Podemos esperar uma colaboração entre você e algum artista brasileiro para um futuro próximo?

Tivemos uma sessão no estúdio e uma linda música saiu! Segunda-feira eu tenho outra sessão (de gravação). E eu realmente espero ser capaz de voltar (ao brasil) e fazer mais sessões e músicas com artistas brasileiros. E eu sou um grande fã do Brasil e, para mim, é uma das músicas... Na verdade, é a primeira depois da música cubana, (a primeira) pra mim é a cubana.. Mas a música brasileira... Ninguém pode fazer do jeito que o brasileiro faz! Sabe? Você pode tocar soul, você pode tocar funk, você pode tocar blues, mas você vai soar sempre como música brasileira. Porque as harmonias e as melodias, a criação da música é totalmente diferente. É um mundo inteiro diferente.

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