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'Ovulei duas vezes no mesmo mês e meus gêmeos têm 2 semanas de diferença'

Mariele, grávida dos gemêos: ovulou duas vezes - Acervo Pessoal
Mariele, grávida dos gemêos: ovulou duas vezes Imagem: Acervo Pessoal
do UOL

Luciana Bugni

Colaboração para Universa

23/04/2024 14h54

"Eu andava bem frustrada porque vinha tentando engravidar havia um ano e não conseguia. Desisti e decidi pensar em outras coisas. Mas eu já estava grávida e não sabia — confirmei umas semanas depois com o teste de farmácia.

No ultrassom, algum tempo depois, meu marido pediu para checar porque ele tinha certeza de que tinham dois bebês e seriam gêmeos. Os médicos negaram, mas ele insistiu tanto que, durante o exame, descobriram mais um, menor, no meu útero. Eu engravidei de gêmeos em relações sexuais diferentes. A explicação era que eu havia ovulado duas vezes e havia sido fecundada nas duas.

Tinha tanto enjoo na gestação que engordei apenas cinco quilos. O principal desconforto foi esse. E, depois, tive um descolamento de placenta e fiquei em repouso — tinha dez semanas e imaginava estar perdendo os dois bebês. Entendi, então, que minha gravidez era de risco e isso foi difícil. Vomitei tanto antes de eles nascerem que só conseguia dormir sentada. Na horizontal, sentia muita azia.

A bolsa estourou quando Benício estava com 36 semanas. Ísis ainda tinha 34 e nasceu sem respirar, porque não tinha os pulmões formados. Ela foi intubada na UTI e mamava por sonda. Perdeu muito peso e não conseguia sugar.

gemeos - Acervo pessoal - Acervo pessoal
Ísis e Benício: ela nasceu prematura
Imagem: Acervo pessoal

Quando ela nasceu sem respirar, eu pensei nos bebês que não sobrevivem. Mas ficava tentando ser positiva e acreditar que ia dar tudo certo. Quando ela perdia peso, eu ficava muito triste e chorava bastante. Ísis ficou 15 dias na UTI e Benício, três dias na UCI, uma unidade para acompanhamento para bebês que têm algum médio risco, enquanto fiquei sozinha no quarto. Depois, ele ficou comigo até a alta da minha filha.

A parte mais difícil foi ser mãe de UTI: tinha que descer para tirar o leite e também ficar no quarto com Benício. Perto disso, os enjoos não eram nada. Quando Ísis foi para o quarto, as coisas ficaram mais tranquilas. Em casa, consegui amamentar os dois numa boa.

Não tenho saudade de estar grávida, porque foi muito conturbado. Mas sinto saudade da minha barriga. Passaria por tudo de novo sem hesitar. Nenhuma gestação é igual a outra e a gente precisa acreditar que tudo vai passar. A gente dá conta."

Mariele Francine Bordim Deungaro, 30 anos, digital influencer, mãe de Ísis e Benício, 2 anos e 7 meses

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