Você sabe qual a relação entre tempestades solares e preço do gás natural?
As tempestades magnéticas em sua superfície podem gerar áreas de aparência escura chamadas manchas solares, marcas que aumentam e diminuem em ciclos de cerca de 11 anos e que podem conter pistas para a previsão de padrões climáticos. Quanto menos pontos, mais frio será o inverno em certas áreas, por exemplo.
Pelo menos essa é a teoria que está ganhando terreno entre os meteorologistas comerciais que buscam novas formas de atender seus clientes — traders ansiosos para saber quanto frio fará para que possam medir a demanda por gás natural.
"Eu era realmente cético em relação ao impacto dos ciclos solares e das manchas solares", disse à Bloomberg Todd Crawford, cientista meteorológico sênior da The Weather, pertencente à IBM. Porém, depois de estudar os padrões dos invernos frios que vieram após o último ponto de baixa do ciclo, ele declarou "subir a bordo".
Como funciona
Para entender o assunto, pense no campo magnético do Sol como uma espécie de guarda-chuva da Terra, disse Scott McIntosh, diretor do Observatório de Alta Altitude do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica, de Boulder, Colorado, nos EUA. O guarda-chuva pode impedir que parte dos raios cósmicos — partículas carregadas de estrelas mortas há tempos — bombardeiem a atmosfera.
Quando se formam menos manchas solares, o campo enfraquece e mais raios atravessam e atingem a Terra. E, então, aumentam as chances de que o ar gelado que sai do Ártico, como normalmente ocorre durante o inverno, fique preso na parte leste da América do Norte ou na Europa e traga episódios de frio rigoroso, disse Matt Rogers, presidente da Commodity Weather Group, à Bloomberg.
Polêmica
Nem todos no mundo da meteorologia acreditam no poder preditivo das manchas solares no que diz respeito ao clima da Terra. Além disso, a questão gera polêmica porque reforça a teoria de alguns negacionistas das mudanças climáticas de que o aquecimento global não é uma ameaça.
Desde 8 de dezembro de 2023, um fenômeno solar tem chamado a atenção: um buraco coronal no Sol está direcionado para a Terra. Esse evento caracteriza-se pela formação de uma área mais fria e menos densa em nossa estrela, um movimento que geralmente antecede tempestades solares.
Anteriormente, o último período de manchas ocorreu por volta de 2009 — quando raios cósmicos começaram a atingir a Terra nos níveis mais elevados observados em registros que remontam a 1964 na estação de raios cósmicos da Universidade de Oulu, no Observatório Geofísico de Sodankyla, na Finlândia.
O mercado parece estar de olho nessas previsões, já que os estoques de gás atingiram uma baixa sazonal de 16 anos com o uso voltado para o aquecimento.
*Com matéria publicada em 25/12/2018
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