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Diretores defendem sobrevivência do cinema na América Central

28/05/2020 19h51

Panamá, 28 Mai 2020 (AFP) - O cinema será crucial para a integração e a denúncia social na América Central após a pandemia do COVID-19, em uma região afogada pela pobreza e pela violência, onde a crise devido ao novo coronavírus ameaça a produção de filmes.

"O cinema tem sido importante para a integração e união dos países da América Central e continuará assim após a pandemia", disse à AFP Pituka Ortega, diretora do Festival Internacional de Cinema do Panamá, cuja nona edição teve que ser realizada virtualmente por causa da COVID-19.

A Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) projetou para este ano uma contração de -2,3% nas economias da América Central, devido principalmente à queda do turismo e à redução da atividade nos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial e fonte de remessas.

Essas perspectivas agravariam a situação de pobreza e violência que o cinema centro-americano retratou historicamente.

O diretor guatemalteco Jayro Bustamante defendeu o cinema da América Central como uma maneira de "acender" muitas "batalhas" e problemas sociais que "continuam no escuro".

"Sem dúvida, o que deve ser denunciado na América Central é vital, e o cinema é uma ferramenta muito importante para isso, pois atinge muitas pessoas", disse à AFP a diretora guatemalteca Ana Isabel Bustamante.

No entanto, os cineastas duvidam que as medidas de confinamento dominem as produções com um cinema mais íntimo, em detrimento dos argumentos tradicionais de denúncia social.

"O grande desafio é como conectar (no cinema) o que já foi dito sobre nossos países em relação à desigualdade, corrupção e negligência absoluta do meio ambiente com esse novo futuro", afirmou Ortega.

Ela acrescentou que "não se trata de produzir filmes sobre a pandemia, e sim filmes que nos dizem, que nos lembram nossa verdade, a pior e a melhor verdade de cada um para nos entender e nos direcionar para o futuro".

jjr/mas/ll/cc

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