Filme de Roman Polanski lidera as indicações ao César, o Oscar francês
O filme O Oficial e o Espião, de Roman Polanski, que teve sua estreia marcada por polêmica na França por uma nova acusação de estupro contra o diretor, recebeu o maior número de indicações ao César, a grande premiação do cinema francês.
O filme histórico sobre o julgamento do militar judeu Alfred Dreyfus supera, com 12 indicações, os longas Os Miseráveis - indicado ao Oscar de filme internacional - e La Belle Époque, que receberam 11 cada.
O César "não deve adotar posições morais", afirmou o presidente da Academia Francesa, Alain Terzian, ao anunciar os indicados nesta quarta-feira. "Se eu não estiver equivocado, 1,5 milhão de franceses assistiram ao filme", completou.
A estreia do longa-metragem na França no fim de 2019 foi marcada por pedidos de boicote depois que uma fotógrafa francesa, Valentine Monnier, disse à imprensa que Polanski a violentou em 1975, quando ela tinha 18 anos. O diretor negou a acusação por meio de seu advogado.
Polanski é considerado foragido da Justiça dos Estados Unidos, onde em 1977 foi acusado de estuprar uma menor de 13 anos. A cerimônia do César acontecerá em 28 de fevereiro.
Confira a lista de indicados nas principais categorias:
Melhor filme
- La Belle Époque
- Graças a Deus
- Hors Normes
- O Oficial e o Espião
- Os Miseráveis
- Retrato de uma Jovem em Chamas
- Roubaix, une Lumiere
Melhor direção
- Nicholas Bedos, por La Belle Époque
- François Ozon, por Graças a Deus
- Eric Toledano & Olivier Nakache, por Os Miseráveis
- Roman Polanski, por O Oficial e o Espião
- Ladj Ly, por Os Miseráveis
- Céline Sciamma, por Retrato de uma Jovem em Chamas
- Arnaud Desplechin, por Roubaix, une Lumiere
Melhor atriz
- Anaïs Demoustier, por Alice et le Maire
- Eva Green, por A Jornada
- Adèle Haenel, por Retrato de uma Jovem em Chamas
- Chiara Mastroianni, por Quarto 212
- Noémie Merlant, por Retrato de uma Jovem em Chamas
- Doria Tillier, por La Belle Époque
- Karin Viard, por Chanson Douce
Melhor ator
- Daniel Auteuil, por La Belle Époque
- Damien Bonnard, por Os Miseráveis
- Vincent Cassel, por Hors Normes
- Jean Dujardin, por O Oficial e o Espião
- Reda Kateb, por Hors Normes
- Melvil Poupaud, por Graças a Deus
- Roschdy Zem, por Roubaix, une Lumiere
Melhoa atriz coadjuvante
- Fanny Ardant, por La Belle Époque
- Josiane Balasko, por Graças a Deus
- Laure Calamy, por Seules les Bêtes
- Sara Forestier, por Roubaix, une Lumiere
- Hélène Vincent, por Hors Normes
Melhor ator coadjuvante
- Swann Arlaud, por Graças a Deus
- Grégory Gadebois, por O Oficial e o Espião
- Louis Garrel, por O Oficial e o Espião
- Benjamin Lavernhe, por Mon Incomunne
- Denis Ménochet, por Graças a Deus
Melhor filme estrangeiro
- Dor e Glória (Espanha)
- O Jovem Ahmed (Bélgica)
- Coringa (EUA)
- Lola Vers la Mer (Bélgica)
- Era Uma Vez em... Hollywood (EUA)
- Parasita (Coreia do Sul)
- O Traidor (Itália)
Melhor filme de estreia
- Mati Diop, por Atlantique
- Edouard Bergeon, por Nom de la Terre
- Antonin Baudry, por Le Chant du Loup
- Ladj Ly, por Os Miseráveis
- Mounia Meddour, por Papicha