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De Melody a "Lula livre": Déborah transforma meme em falsete de resistência

Déborah Moreira, que adotou o Déborah dos Falsetes que a tornou famosa na internet Imagem: Montagem/UOL/Reprodução/Instagram

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

15/11/2019 04h00

Ela já mostrou "cultura para esse povo" com MC Melody, mas agora é um grito de resistência... literalmente! Déborah Moreira, que virou meme ao fazer falsetes com a cantora mirim em 2015, voltou a viralizar cantando contra a homofobia e o desmatamento na Amazônia. Até "Lula livre" virou falsete! Os vídeos alcançam até 2 milhões de acessos nas redes sociais.

Ao UOL, a especialista em falsetes ainda se impressiona com o sucesso dos vídeos e diz que está mais famosa agora do que na época dos duetos ao lado de Melody.

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"Quando viralizei com a Melody, nem sabia o que significava meme. Eu era backing vocal da dupla Guilherme & Santiago e não pude atender a todas as solicitações e convites. Hoje está muito melhor, porque tenho o controle. Antes, viralizei no canal de alguém, e atualmente viralizo no meu canal. Meu sucesso de hoje nem se compara ao anterior", comemora.

Déborah, que adotou o sobrenome artístico "dos Falsetes", participou há um mês do programa Eliana, do SBT, tentando quebrar uma taça apenas com a voz. Outros artistas e páginas famosas na internet compartilham os vídeos dela, que vão de um simples "bom dia" a gritos ativistas.

"Maria Gadú postou um vídeo meu desejando uma ótima quinta-feira em falsete e começou a me seguir. Ganhei muitos seguidores no Instagram e meu alcance do Facebook aumentou. Agora tenho um assessor que fecha trabalhos para mim. Estou muito feliz. Hoje a Déborah tem um reconhecimento de maneira sólida", afirma ela, assim mesmo em terceira pessoa.

Falsete ajudou a superar morte da mãe

Déborah já fazia vídeos cantando para o público LGBTQ+, mas em fevereiro obteve o primeiro de uma sequência de virais. Durante a campanha para o STF (Supremo Tribunal Federal) criminalizar a homofobia, seu vídeo alcançou 300 mil visualizações no Facebook.

"Tudo começou com o juiz que disse que homossexualidade era doença. Isso me irritou profundamente, de verdade. Pensei: 'Vou soltar um falsete bem na cara desse juiz!'. Deu certo! Foi emocionante. Depois, fiz o jingle do [Fernando] Haddad [na campanha à Presidência] e para a ministra Damares na época da roupa azul e rosa", relembra.

O recado para o STF trouxe para Déborah fama e alívio. Ela tinha acabado de perder a mãe quando voltou a viralizar, e encontrou nos vídeos uma forma de superar o luto.

"Fiz o vídeo uma semana depois após a morte da minha mãe, e viralizou em um nível inimaginável. Já tinha fãs LGBTQ+, mas a partir dali eu me consagrei e tudo mudou", conta.

Déborah, que ainda canta profissionalmente e trabalha como dubladora, revela que ainda tem muita garganta para divertir e conscientizar seus fãs, e manda um recado:

Amor, eu canto desde os 9 anos de idade profissionalmente, me descobri aos 7 e faço falsete desde que me conheço por gente. Pode ficar tranquilo que estou aqui para mostrar cultura, voz e técnica para esse povo. Não vou perder [a voz]! A veia salta porque sou um ser humano. Se eu tivesse fazendo musculação, a veia estaria saltada. Por que só falam do meu falsete e não de quem faz fisiculturismo?

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