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Ator se esconde na América Central após largar carreira e combater o Estado Islâmico

O ator Michael Enright, à direita - Reprodução/Fox News
O ator Michael Enright, à direita Imagem: Reprodução/Fox News
do UOL

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

19/03/2019 10h37

Michael Enright largou sua carreira como ator para o que considerou ser o ingresso pela luta em prol de um bem maior. Em 2015, o britânico de 55 anos se juntou a uma frente de combate contra o Estado Islâmico e partiu para a Síria para tentar derrotar o grupo terrorista. No entanto, agora é ele quem teme um retorno à Inglaterra e aos Estados Unidos, por haver a possibilidade de ser preso. Ele inclusive disse ter sido detido pelo serviço de imigração dos EUA por algumas semanas em 2015.

A rede de televisão norte-americana Fox News entrevistou Enright. O ator que participou de filmes como "Encontro Explosivo" (2010), "Piratas do Caribe: O Baú da Morte" (2006) e "Surpresa em Dobro" (2009) afirma que está escondido em um país da América Central enquanto não resolve a situação.

"Eu sempre senti que tinha uma dívida com os Estados Unidos, que sempre foram tão bons para mim. Amo os EUA e os americanos. Eu não fui para a Síria ajudar os curdos, eu fui para lutar pelos EUA. Acabei me apaixonando pelos curdos, mas fui pelos EUA e por conta do que o Estado Islâmico fez contra os americanos", afirmou ele.

"Quando deixei os EUA, tinha noção de que seria arriscado não conseguir retornar, mas me senti obrigado a ir". O problema é que quando foi tentar retornar ao país pela primeira vez, em 2015, via Tijuana, no México, ele teve a entrada negada por não ter um visto. Enright afirma ter sido detido por seis semanas.

"Num primeiro momento, eles disseram que fariam uma deportação voluntária e eu pagaria um voo para o Reino Unido. Quando falei, na verdade, que estava voltando da Síria, eles me detiveram", acusou. Enright diz ter ficado recluso com outros 100 homens, muitos deles refugiados políticos que pediam asilo.

Michael Enright participou de filmes como "Piratas do Caribe" - Reprodução/IMDB - Reprodução/IMDB
Michael Enright participou de filmes como "Piratas do Caribe"
Imagem: Reprodução/IMDB

Depois de liberado, ele foi para a Síria mais uma vez em 2016. Ele diz ter sido aconselhado a ajudar as forças armadas dos EUA a ir atrás de informações sobre os terroristas e que isso garantiria sua volta ao país. "Foi o que fiz, eu procurei e interroguei pessoas e comecei a passar informações para americanos".

No entanto, o ator agora diz que não ganha desde 2018 permissão para retornar aos EUA e que vive em um país da América Central - que não revelou qual. Enright também teme tentar voltar à Inglaterra, onde poderia ser preso por terrorismo. Apesar de o Reino Unido também combater o Estado Islâmico, o tema é delicado para o governo e muitos combatentes são presos na volta, já que forças como a que Enright integrou não são oficiais.

O FBI e o governo norte-americano não responderam as acusações do ator. No Reino Unido, as autoridades esclareceram à Fox News. "Qualquer pessoa que retorne do conflito na Síria ou Iraque passa por uma investigação para saber se cometeu ou não crimes e garantir que não é uma ameaça à segurança nacional. Combater uma guerra no estrangeiro não é automaticamente um crime, isso depende das circunstâncias."

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