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Viúva de Boechat se emociona em missa no Rio: "Legado é ajudar o outro"

A viúva Veruska Seibel Boechat se emocionou na missa em memória do marido Ricardo Boechat no Rio - Marina Lang/UOL
A viúva Veruska Seibel Boechat se emocionou na missa em memória do marido Ricardo Boechat no Rio Imagem: Marina Lang/UOL
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Marina Lang

Colaboração para o UOL

16/02/2019 12h56

Cerca de 200 de familiares, amigos e fãs se reuniram em uma missa em homenagem ao jornalista Ricardo Boechat, que morreu após um acidente de helicóptero na última segunda-feira (11) em São Paulo.

O rito ecumênico em homenagem a Boechat ocorreu na Igreja Santa Mônica, no Leblon (zona sul do Rio) na manhã deste sábado (16).

Bastante comovidas, Veruska Seibel Boechat e Mercedez Boechat, mulher e mãe do jornalista, respectivamente, estavam na primeira fileira dos assentos na basílica.

Paula, Valentina e Catarina, filhas de Boechat, também estavam presentes na igreja.

Em depoimento ao UOL, Veruska se emocionou intensamente ao relatar como foi receber a aliança do marido.

"Eu estava considerando que não receberia nada. Eu até perguntei na Band se tinha alguma chance de eu conseguir a aliança, mas me disseram que não. Aí ontem à tarde me deram uma caixinha, como se fosse um brinde da Band. Achei que era um mimo e agradeci", contou ela.

Em seguida, faz uma breve pausa e começa a soluçar. "Foi o melhor presente que eu poderia ter recebido nesse momento. Eu não esperava. Foi um amigo dele que fez [a aliança]. Eu fiquei muito feliz", declarou, sob forte emoção.

Familiares e amigos se reúnem em missa da morte de Ricardo Boechat no Rio - Marina Lang/UOL - Marina Lang/UOL
Familiares e amigos se reúnem em missa da morte de Ricardo Boechat no Rio
Imagem: Marina Lang/UOL

"O principal legado [de Boechat] é o de ajudar o outro. De a gente não se preocupar só com os nossos próprios problemas e saber que não é tão difícil assim mudar a nossa realidade se as pessoas não se conformarem com o que estão recebendo", disse a viúva.

"Quando minha sogra deu aquela entrevista na semana falando que as pessoas não têm que aceitar as coisas que são dadas no Brasil e que a gente tem que se levantar contra as injustiças, era só isso que eu via no dia a dia com ele", prosseguiu.

Chorando, Veruska leu o Salmo 23 para os presentes no começo da homenagem deste sábado.

 Em um discurso breve no final da missa, a mãe de Boechat pediu para que a memória do filho fosse preservada.

"O que eu quero que vocês todos que estão aqui, aqueles que sinceramente o amaram, que o mantenham no coração. Peço desculpas, está muito cansativo", disse Mercedez.

Aplaudida de pé na igreja, a mãe de Boechat levou os presentes às lágrimas pela declaração.

Ao final do rito, dezenas de pessoas abordaram a família de Boechat para prestar condolências. Mercedez não quis falar com a imprensa.

O empresário Paulo Marinho, que foi amigo de Boechat durante mais de 40 anos, declarou que o jornalista morreu "no auge de sua carreira".

"Ele era o maior jornalista do Brasil hoje. Ele merecia o sucesso que acabou conseguindo. Durante o funeral em São Paulo, eu fiquei muito impressionado com as manifestações das pessoas anônimas diante do caixão dele. Foi uma coisa comovente. Esse foi, talvez, o maior e o melhor reconhecimento que ele teve na carreira", declarou Marinho.

O jornalista Zuenir Ventura também foi prestar homenagem a Boechat. "Eu fiquei arrasado. Trabalhamos juntos. Ricardo era um fenômeno", disse Ventura.

"O que ele fazia no rádio ele fazia na mesa de bar. Ele era um só, não tinha nenhuma esquizofrenia de imagem. Ele era um só. Um amigo queridíssimo, irreverente. O grande segredo do Boechat é que ele não se levava a sério. Ele era muito engraçado, tinha humor até contra ele mesmo", prosseguiu.

Bastante emocionada, a atriz Maitê Proença cumprimentou todos os familiares, mas não quis falar com a imprensa.

"Ele era um ateu maravilhoso", disse o irmão Carlos Roberto Boechat sobre a missa dedicada ao jornalista.

"Fazia exatamente o que Jesus dizia. Coração muito grande, espírito iluminado. Ele tinha esse poder de tornar as coisas mais leves, engraçadas e tranquilas", observou.

"O jornalismo perdeu, o país perdeu, a família perdeu. Mas o legado que ele deixou foi muito grande", completou.

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