Angela Detetive, a mulher que trabalhou em 7.000 casos em 50 anos de investigação
"Quem procura acha." A máxima é batida, mas servia de bordão e resumo da rotina de Angela Detetive. Ela fazia as contas: em 50 anos, trabalhou em mais de 7.000 casos. Especialidade: cônjuges traídos.
Neste domingo (24), a Folha de S. Paulo conta a história da mulher que dedicou a vida a esta audaciosa profissão: Maria Angeles Bekeredjian, espanhola que chegou a São Paulo nos anos 1950, morreu na terça-feira (19), aos 71 anos, após sofrer falência múltipla dos órgãos. Viúva, deixou três filhos.
Angela comandava um escritório com 16 funcionários. "Ela não ia a campo porque já era muito conhecida", diz o filho Alex, 49. "Mas usou muito disfarce de gari, faxineira e chegou até a montar barraca de churrasquinho para observar um comerciante."
Formada em psicologia, foi uma das primeiras detetives do país, segundo familiares. Começou aos 21 anos investigando o então marido, na década de 1960 (descobriu que era traída, mas voltou depois com ele).
Extrovertida e desbocada, a loira de 1,50 m e olhos azuis era figura constante na TV, como no "SuperPop" (Rede TV!). A clientela incluía atores famosos e políticos, conta Alex.
"Ela divulgou a nossa profissão", diz Cleuso Paiva, presidente do Conselho de Detetives do Brasil.
A cliente Marta (nome fictício, a pedido) foi uma das que se encantou pela simpatia de Angela. "Eu a via no programa da Luciana Gimenez e achava engraçado, mas um dia a procurei."
"Ela revelou uma amante que meu ex-marido tinha há anos, de uma maneira discreta e profissional." Caso solucionado, viraram amigas.
Angela era discreta também fora do trabalho: não comentava casos. Alguns, contudo, tornaram-se emblemáticos, como o flagrante do marido que ia ao motel com uma boneca inflável.
Em 2012, ela afirmou que "trair no motel é ultrapassado". E listou cinco lugares melhores para pular a cerca: Museu do Ipiranga, Cinemark, autorama do Ibirapuera, Cidade Universitária e Parque do Tietê.
Angela tinha outros dons: era exímia cozinheira, tocava bandolim e gostava de dançar e de pintar quadros abstratos. "Ela não se gabava. Todo dia a gente descobria alguma coisinha sobre ela", conta a amiga Marta.
(Com informações da Folha de S. Paulo)
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