Topo

Exclusivo! Mauricio de Sousa conta detalhes do único banho de Cascão no Bate-papo UOL

Da Redação

07/11/2007 21h40

Convidado do Bate-papo UOL desta quarta (7), o desenhista Mauricio de Sousa revelou com exclusividade que um de seus personagens mais carismáticos, o sujo Cascão, tomou banho contra a vontade (de ambos) em 1965.

"Um dia estava vendo TV e vi um comercial no qual o Cebolinha falava: 'O Cascão está tomando banho!' e ele respondia 'Só tomo banho com esse chuveiro'. Fiquei perplexo e na mesma hora liguei para agência de propaganda e estúdio. Naquela época não existia isso de pedir autorização e acabaram usando meu personagem", desabafou. "Mas nunca dei banho nele. Essas informações são intriga da oposição, é coisa da Disney", brincou.

Em papo com os internautas mediado pelo jornalista Marcelo Tas, o criador da Turma da Mônica contou o motivo de alguns de seus personagens usarem sapatos e outros não -tema de discussões entre fãs de seus quadrinhos-, comentou as dificuldades que teve para entrar no mercado, disse que o tempo é o maior aliado em sua bem-sucedida carreira e afirmou que o maior desafio na hora de desenhar é traçar os olhos.

"Os olhos concentram as mensagens e emoções que queremos passar. Na vida e nos desenhos são os olhos que mostram tudo", concluiu.

Celebrando 72 anos de vida, Mauricio falou sobre projetos futuros -estão em seus planos filmes, novos parques de diversão, distribuição de livros e, finalmente, sua própria editora-, comentou sua participação na campanha pela nacionalização da HQ na década de 60, disse ser contra essa onda politicamente correta e deu detalhes da biografia em quadrinhos que acaba de ser lançada.

Finalizando, confessou: "Nós [criadores] somos vassalos das nossas criações."



Confira abaixo a íntegra do bate-papo, que contou com a presença de 959 internautas.

(08:08:02) Marcelo Tas: Que história é essa de se vestir como Dick Tracy?
(08:08:46) Mauricio de Sousa: Estou bem caracterizado nesta foto vestido de Dick Tracy. Quando fui contratado pela Folha como repórter policial a primeira coisa que fiz foi comprar a capa e o chapéu.

(08:08:47) Marcelo Tas: Como era sua rotina como repórter policial? Onde você dava plantão, na própria polícia?
(08:10:13) Mauricio de Sousa: Foi em meados de 60. Eu dava plantão no Departamento de Investigações na rua Brigadeiro Tobias. Ficava dentro das delegacias de roubo, homicícios, tóxicos etc. Lá perguntava para todos o que estava acontecendo. Como bom mocinho, queria fazer alguma coisa de útil, como procurar coisas erradas para denunciar. Andava com o meu fotógrafo que apanha no meu lugar quando ia fotografar algum marginal.

(08:10:27) Marcelo Tas: Que tipo de crimes aconteciam? Qual a história mais cabeluda que você teve que contar aos leitores?
(08:12:05) Mauricio de Sousa: Tem várias histórias. Eu gostava de fazer coberturas de histórias diferentes que não eram policiais. Como uma revoada de urubus que invadiu o mercado lá de perto. Eu ilustrava também, não queria ser repórter policial. Outra vez em uma caçada de bandidos deu um tiroreio a noite. E eu saí correndo com uma lanterna no bolso da calça, só que ela acendeu e os tiras correram atrás de mim. Desta vez fiquei com medo. Várias vezes descobria coisas que não era pra descobrir, mas a gente vai aprendendo.
(08:12:55) Mauricio de Sousa: Eu cheguei na redação cheio de Machado de Assis e Eça de Queiros, mas não era assim, tinha que ser conciso. Foi o que aprendi, a ter concisão para escrever no balão das histórias em quadrinhos.

(08:11:25) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa ao vivo no Bate-papo UOL (Adriana Terra/UOL)

(08:16:09) Mauricio de Sousa: Quando eu cheguei no departamento de arte da Folha da Manhã fui falar com o diretor de arte, um dos mais famosos do Brasil, ele me falou para desistir e fazer outra coisa porque aquilo não dava dinheiro. Eu sai abatido. O Mário Cartacho me chamou e eu contei a minha história e ele me deu umas dicas. E me ofereceu uma vaga de copydesk na redação assim eu teria mais chances lá. Fiquei por um tempo como copydesck, depois surgiu uma vaga para repórter policial. Fiz o meu mestrado na polícia que foi ótimo enquanto durou. Depois a arte prevaleceu e criei o meu personagem Biduzinho.

(08:17:20) Marcelo Tas: O seu primeiro personagem foi... o capitão Picolé, que era a cara do Horácio! Lembra-se do que o levou a criar o Picolé?
(08:18:02) Mauricio de Sousa: O Capitão Picolé se parecia com o meu dinossaurozinho Horácio. Não imaginava que 30 anos depois iria fazer o Horácio pintado de verde e dinossauro.

(08:18:25) Marcelo Tas: Foi até o jornal com os desenhos, foi gongado, mas acabou recebendo um estímulo para tentar um lugar como repórter até o desenho ficar mais maduro. Quem foi o cara que te deu apoio? Você se lembra dessa cena dramática?
(08:20:01) Mauricio de Sousa: A minha avó era uma grande contadora de histórias. E eu ficava maravilhado com elas e ficava imaginando-as em quadrinhos. As rabiscava, colava nas folhas de papel... e fazia uma espécie de cineminha, até cobrava uns palitos de fósforos dos amigos da rua. Era eu que narrava.
(08:22:21) Mauricio de Sousa: Hoje tem certas coisas que viraram novos hábitos e costumes. O Cebolinha pintava muros, hoje não dá mais. O Nhô Lau dava tiros de sal, também não pode mais. Assim como soltar balão. Então há uma alteração, uma mudança. Eu estou relançando os meus primeiros quadrinhos e lá existem estas passagens "proibidas". Mas continua lá porque é um trabalho quase jornalístico. Sempre digo para o nosso pessoal, tenho uma grande equipe hoje, que a Turma da Mônica não deve levantar uma bandeira e sim pegar a que está passando na hora. Não devemos mudar os hábitos e sim ir fazendo como caminha a humanidade.

(08:23:44) Marcelo Tas: Conte como foi a idéia inovadora de distribuir as tiras pelos jornais do interior.
(08:25:18) Mauricio de Sousa: Se fosse vender tiras para um jornal só eu morreria de fome. Eu queria fazer tiras, estudei o sistema americano e adaptei ao Brasil, aos jornais brasileiros. Eu fui um a um oferecendo até chegar a 300 jornais. Havia a esquerda e a direita. Nos jornais de esquerda eu dizia que eram quadrinhos brasileiros, nacionalistas. E nos de direita dizia que era tão bom quanto os americanos. Quem me vê hoje não sabe o que precisa ralar para fazer este negócio. Mas se persistir, planejar e se preparar vai ver a coisa acontecendo... Eu entrei nos dois index da ditatura, depois que começou a revolução eu comecei a distribuir as tirinhas para o jornal que fazia concorrência com o jornal estrangeiro. O Leonel Brizola no sul me chamou para fazer uma cooperativa para lutar contra o material estrangeiro. A esta altura eu já tinha perdido o emprego, feito companha pela nacional e disse que não iria. Aí eles disseram que eu era entreguista, de direita. Então os dois lados queriam me pegar. Aí que resolvi fazer a melhor história em quadrinhos para se impor. E isto é o que está acontecendo neste momento. Desde o começo eu fiz este plano e sabia que iria demorar uma década para cada coisa. O tempo é o seu maior aliado, não o seu inimigo.

(08:19:20) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa fala sobre sua biografia em quadrinho (Adriana Terra/UOL)

(08:31:24) Mauricio de Sousa: Agora estamos produzindo desenhos para televisão. Não sei para qual ainda. Coréia do Sul, China, Itália, Indonésia, México estão pedindo. No Brasil ainda estou estudando. Já tive um contrato com a Globo que não deu certo. A primeira série desta produção já fica pronta agora. Hoje comecei a tratar da segunda série, enquanto estou preparando o próximo filme da Mônica e do Horário com computação gráfica para cinema. Estamos sondando os roteiristas do Rei de Leão... Falei com o pessoal de Luanda, Angola, para fazer o Parque da Mônica lá e em outras regiões da África. Angola é uma economia em expansão e vieram me procurar para este projeto. Também teremos o Parque do Cebolinha no Shopping Center Norte, faz anos que queria lançar. Também quero encher este mundo de livros, inclusive de outros autores e outros desenhistas.

(08:32:22) Marcelo Tas: Cascão e Cebolinha eram dois garotos amigos do seu irmão Márcio. Eles eram mesmo muito parecidos com os personagens: tinha esse apelido, não tomavam banho, falavam "elado"?
(08:33:00) Mauricio de Sousa: Eu não inventei nada. Estes apelidos foram dados pelo meu pai que tinha uma barbearia lá perto de onde eles brincavam. O Cascão não tomava banho mesmo e o Cebola tinha um cabelo espetado. Agora a Mônica é embaixadora do Unicef. A minha filha diz que não é ela, mas é. A outra filha, a Magali, assume que é gulosa mesmo.

(08:13:56) Al-Zarkaueh: Mauricio... vc usou alguma coisa do período de investigação pra criar algum personagem ??
(08:35:06) Mauricio de Sousa: Al-Zarkaueh, não usei. É possível que eu puxe este lado, mas é tão distante da proposta que faço que deixei para usar depois. Um dia vou fazer.

(08:26:28) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa relembra o início da carreira no Bate-papo (Eduardo Piagentini/UOL)

(08:14:12) joana: Oi, Mauricio! Sou apaixonada pelo Cebolinha. Parabéns e obrigada. Li hj uma matéria na Folha sobre o criador do Charlie Brown. Lá ele diz que todo personagem tem algo dele, que não tem como ser diferente. Sabemos dos personagens que são inspirados na sua família e amigos. Cadê vc??
(08:36:50) Mauricio de Sousa: joana, estou em todos. Quando criei um monte de personagens tinha que fazer com que ganhassem uma vida, que fossem reais o mais possível. Para isto tinha que puxar dos filhos etc. e na hora de fazer eu era cada um deles. Sou cada um deles senão não teriam a força que têm.
(08:38:07) Mauricio de Sousa: Os personagens não tinham sapato para economizar tempo. A parte mais difícil de desenhar são os olhos onde está a expressão. Volta e meia eu devolvo desenhos para consertar a pupila, pois ali está a mensagem.
(08:39:10) Mauricio de Sousa: Eu tive um coelho de verdade, o Pindura. Nós fazíamos buracos debaixo da casa da minha vó, quase a derrubamos brincando de procurar tesouros. Um dia a casa começou a trincar de verdade e o meu avô nos puxou debaixo do porão e vedou com tábuas, nunca mais entramos lá.

(08:20:18) mingau: Vira e mexe aparecem lendas de personagens em quadrinhos e desenho animado que usa drogas, participa de cenas picantes etc. Vc tem uma explicação pra essa curiosidade das pessoas? De ver persongens inocentes aprontando?
(08:41:02) Mauricio de Sousa: mingau, não sei explicar isso. Mas deve ser algo ligado a algum desvio de personalidade. É uma coisa ligada a uma microminoria de pessoas, mas isto pesa para nós. Estas coisas não deviam acontecer, mas acontece. Estabelecemos um padrão de qualidade, não só de comportamento, para que sintam e conheçam o nosso padrão. Assim fica fácil diferenciar o nosso trabalho.

(08:20:23) KIM BECKER: COMO VC APRENDEU A DESENHAR ?
(08:42:59) Mauricio de Sousa: Kim Becker, com carvão no chão ou desenhando na parede. Todos começam assim, alguns continuam a desenhar e outros param. Minha família me incentivou bastante, todos eram ligados as artes. Quanto a origem, meu avô era um militar de alta patente na Paraíba e veio para SP. Minha avó é do Vale do Paraíba e tem provavelmente uma origem espanhola. É uma bela miscelânea...

(08:35:54) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa conta a origem de seus personagens (Eduardo Piagentini/UOL)

(08:20:38) Minguita: No fim da década de 80, vindo da Editora Abril vc começou sua carreira na editora Globo, estando lá desde então. Vc já teve vontade de ter uma editora só sua?
(08:44:30) Mauricio de Sousa: Minguita, muitos sugerem e perguntam por que não tenho. Afinal tenho 70% do público de quadrinhos aqui. Mas isto não é a minha praia. Eu sairia do meu foco. Até ganharia um dinheiro a mais, mas seria mais cansativo. Às vezes vou contra sugestões do pessoal da área de investimentos. Cada vez mais privilegio o conteúdo que será a grande moeda de troca a partir de agora.

(08:24:17) carola: Mauricio, tudo bem? Essa semana a Mônica foi nomeada embaixadora do Unicef no Brasil e você recebeu o título de Escritor do Unicef para as Crianças. Como vai ser essa participação??
(08:45:26) Mauricio de Sousa: carola, eu quero inundar este mundo de livros. Quero que o livro seja o prato principal e o gibi a sobremesa. O livro tem que ser uma mensagem, ser propostas de vida e até de auto-ajuda. Vamos escrever cada vez mais.

(08:25:46) paulo: Mauricio, td bem? Primeiro, sou seu fã há 21 anos! E TAS,vc tbm é foda! hahaha Mauricio, queria saber, vc pensa em retomar áreas menos politicamente incorretas, digamos, como o Nicodemo?
(08:48:24) Mauricio de Sousa: paulo, o Nicodemo foi um personagem de um determinado tempo. A minha assinatura não combina mais com o humor negro. A história dele começou quando o Jornal da Tarde me pediu para criar um personagem, então criei um personagem mudo que tudo o que fazia dava errado. Ele criou um celeuma e me disseram que eu teria que mudá-lo, não quis, fui despedido. Coloquei em outro jornal, mas não deu certo também. Aí ele acabou... Para fazê-lo hoje teria que romper algumas barreiras que nem eu mais concordo em fazer, nem sei também.

(08:48:11) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa fala de sua infância e de sua carreira (Eduardo Piagentini/UOL)

(08:29:18) MauriccioRS: Olá Mauricio, sou fã e xará teu! Eu sempre curti muito a turma do Rolo e da Tina, mas parece que esses personagens mais "maduros" são um plano secundário da Turma da Mônica. A argumentação para histórias deles são mais difíceis?
(08:50:02) Mauricio de Sousa: MauriccioRS, não, mas aí no RS está saindo um gibi grande da Tina com novos temas avançados. Por um problema de setor, de distribuição setorizada, os gibis não saem ao mesmo tempo no país. Estou brigando por isso. Acham que em SP e RJ tem que sair primeiro. Estou conversando com a distribuidora Dinap para fazer isso. A distribuição de jornal já era assim há 30 ou 40 anos atrás e por que não poderia agora?

(08:34:21) joana: Pq vc deu banho no Cascão??? Ele não merecia isso!!!
(08:54:02) Mauricio de Sousa: joana, isto é intriga da oposição. Você leu isso em uma revista da Disney. Ninguém nunca viu ele tomar banho. Só tem um caso de quando a televisão era em preto e branco. Foi quando eu vi uma propaganda de chuveiro com um desenho animado com o Cascão tomando banho. Não acreditei. Liguei para lá e disseram que queriam fazer um personagem em minha homenagem... Choraram muito porque a agência ia falir se tirasse do ar. A propaganda ficou por três meses, eu reclamei de novo. Depois seis meses até que eu não aguentei mais e tiveram que tirar. É a primeira vez que conto esta história. Aconteceu por volta de 1965...

(08:40:15) Izabella Moura: Da onde saiu a idéia do "bairro do Limoeiro"?
(08:55:17) Mauricio de Sousa: Izabella Moura, não sei. A Turma da Mônica mora em um bairro parecido com um bairro de Campinas. Ele tinha estas características, agora lá só tem prédios.

(08:57:16) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa conta as histórias da Turma da Mônica (Eduardo Piagentini/UOL)

(08:44:01) Jujuba: Mauricio, vc fez parte da minha infância e ainda faz já que vi a sua exposição História em Quadrões. Vc pretende realizar algum projeto como História em Quadrões?
(08:56:40) Mauricio de Sousa: Jujuba, já tenho a segunda coleção. Demora anos para fazer isto, são do tamanho dos originais. Nesta nova coleção tenho quadros lindos, mas não famosos. Foram escolhidos pela plasticidade. Vamos expor em SP e depois correr o país. Demora para fazer porque não são feitos aqui. Devem ser 28 agora...

(08:45:49) O Personal Trainer: Gostaria de saber o porque a Mônica é tão forte? É alguma crítica a sociedade machista ou mera coincidência? Cresci lendo os gibis da "Turma da Mônica"! Parabéns pelo seu trabalho!
(08:57:51) Mauricio de Sousa: O Personal Trainer, você já tentou levar a melhor contra uma mulher? Nunca, você não vai ganhar. Pode ser o mais bombado e forte. Além de que eu tenho uma filha chamada Mônica que não leva desaforo para casa e tinha tudo aquilo mesmo. Admiro as mulheres com personalidade forte porque carregam os homens nos ombros, no colo e no coração.

(08:46:04) 9rw2: Boa noite Mauricio, acompanho a Turma da Mônica há 17 anos e gostaria de saber se você não tem medo de perder um pouco a popularidade da Turma da Mônica com esses novos quadrinhos japoneses, os mangás ?
(08:59:33) Mauricio de Sousa: 9rw2, não, neste últimos 40 anos vivemos com diversas ondas de sucesso, manias e modismos de histórias em quadrinhos e nós estamos na nossa vendendo sempre. Mas não podemos deixar a peteca cair na mensagem, no conteúdo. Enquanto tivermos esta comunicaçao, a língua do dia e da hora, estaremos aí. Inclusive estamos para lançar a Mônica em mangá também.

(08:59:40) Geovanna/UOL:

Clique para acessar conteúdo externo


Mauricio de Sousa fala de seus projetos para a "Turma da Mônica" (Eduardo Piagentini/UOL)

(08:59:28) Marcelo Tas: Você conheceu algumas lendas dos quadrinhos: Stan Lee, Dick Browne (Hagar), Will Eisner (Spirit) e o mestre da animação japonesa Osamu Tezuka. Há algum deles que se destaca como influenciador do seu trabalho?
(09:02:41) Mauricio de Sousa: Fiquei muito amigo do Tezuka, tínhamos planos de fazer um trabalho junto, mas ele foi embora. Todos nós, desenhistas de histórias em quadrinhos, nos preocupamos mais com a obra do que com o autor, todos viramos vassalos da criatura. Todos transferiram a força e poder para os personagens. Cuidam deles, abraçam... O cara que me ensinou a escrever história em quadrinhos foi o Will Eisner que fez o Spirit. Ele criou o termo arte sequencial que explica bem o que é a história em quadrinhos. Engraçado que a história do Espírito é bem diferente da minha. É uma história para adulto tão diferente da série que conclui que é possível fazer de tudo...

(08:51:18) joca: Já recebeu proposta de fazer filmes com atores de verdade? Como aconteceu com os Flintstones? Pensaria em alguém pra fazer Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha?
(09:03:05) Mauricio de Sousa: joca, já sugeriram, mas ainda não está na hora.

(08:53:09) Cebolão: Mauricio, o site Judão divulgou que você está conversando com a Panini e a Marvel sobre a possibilidade de fazer uma versão nacional do Homem-Aranha. Em que pé está essa conversa? Há alguma idéia de enredo? Veríamos "Peter Parker" ou "Pedro Prado"? Abraços!
(09:03:57) Mauricio de Sousa: Cebolão, não é série brasileira. É uma distribuição internacional. Estamos discutindo, deveria estar mais adiantado, mas me atrasei. É um projeto a parte que terá o meu jeito e será da Panini Internacional.
(09:04:56) Mauricio de Sousa: Eu trabalho por dia o tanto de horas que fico acordado. Mas não encaro como um trabalho. Temos muitos projetos em andamento em várias áreas. Inclusive na educação para que as crianças tenham um material brasileiro.
(09:05:14) Mauricio de Sousa: Até a próxima...
(09:05:15) Geovanna/UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de Mauricio de Sousa e de todos os internautas. Até o próximo!

Veja também

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Exclusivo! Mauricio de Sousa conta detalhes do único banho de Cascão no Bate-papo UOL - BOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao BOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Entretenimento