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Economia

Com queda do petróleo e cessar-fogo no Oriente Médio, dólar e Bolsa sobem

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/06/2025 09h10Atualizada em 24/06/2025 19h12

O dólar apresenta estabilidade após o anúncio de cessar-fogo entre Irã e Israel e a sinalização de fim do ciclo de alta da taxa Selic. A moeda fechou com leve alta de 0,29% em relação ao dia anterior e negociada por R$ 5,519. O Ibovespa fechou com alta de 0,59% e volume de mais de R$ 13,5 bilhões.

O que aconteceu

Dólar comercial está em estabilidade. A oscilação reverteu a baixa da moeda estadunidense observada durante toda a manhã.

Ontem, a moeda dos EUA recuou 0,4%. A queda interrompeu o ciclo de três altas consecutivas da divisa, mas manteve a moeda norte-americana negociada acima dos R$ 5,50. Neste mês de junho, a cotação do dólar acumula queda de 2,8%.

Banco Central anuncia leilões de dólares. Marcados para amanhã, os certames da autoridade monetária vão vender US$ 1 bilhão no mercado à vista e mais US$ 1 bilhão em swap reverso, com compromisso de recompra. "Essa medida não terá impacto direto na taxa de câmbio, pois não afeta a exposição cambial do mercado, devido ao swap reverso", afirma André Valério, economista sênior do Inter.

Ibovespa volta a subir após uma semana. O principal índice do mercado acionário brasileiro interrompeu a trajetória negativa observada nos últimos quatro pregões. No período, o índice acumulou queda de 1,9%. Hoje, a Bolsa fechou com 137.362,73 pontos.

Ata do Copom

BC antecipa fim do ciclo de alta da Selic. A ata da reunião que resultou na elevação da taxa básica de juros a 15% ao ano indica que haverá uma "interrupção" do movimento. Segundo os diretores do Copom (Comitê de Política Monetária), a manutenção dos juros no maior patamar desde 2006 visa "examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado".

O Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.
Ata da 271ª reunião do Copom

Copom vê manutenção do aperto monetário por mais tempo. A ponderação considera que a economia "ainda apresenta resiliência" e que o mercado de trabalho aquecido "dificulta a convergência da inflação à meta". "Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de transmissão da política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres", destaca a ata.

Guerra no Oriente Médio

Anúncio de cessar-fogo reduz tensões. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de ontem que foi firmado um acordo para interromper os bombardeios entre Israel e Irã. Ainda assim, Israel ordenou novos ataques após acusar Teerã de violar o compromisso.

Preço do petróleo engata nova queda. As expectativas com o anúncio de cessar-fogo reduzem os temores de fechamento do Estreito de Ormuz. Com isso, o valor futuro do barril de 159 litros do Brent, referência internacional para o combustível, caía às 17h quase 6%, negociado abaixo de US$ 70.

Bloqueio do estreito elevaria o preço do barril para até US$ 130. A estimativa negativa aumentaria a dificuldade para o transporte de plásticos, fertilizantes, produtos químicos, automóveis, maquinários e eletrônicos, pressionando cadeias produtivas globais. Para o Brasil, o cenário resultaria em mais inflação e prejuízos à balança comercial.

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