Mesmo após o cessar-fogo anunciado por Donald Trump, o conflito entre Israel e Irã já teve as primeiras acusações de violação do acordo e deixa em aberto se a guerra no Oriente Médio já está no fim, ou apenas em seu começo, analisou a apresentadora Amanda Klein no Mercado Aberto de hoje.
A primeira questão dessa reviravolta fenomenal que pôs fim ao que parecia ser o conflito do fim do mundo é, o cessar-fogo vai se manter? Será duradouro? Pode haver defecções no regime dos aiatolás que pregam uma resposta mais firme ou em Israel a linha dura que mantém de pé a coalizão de Benjamin Netanyahu pode pressionar por mais destruição.
Até agora o conflito Israel-Irã com participação decisiva dos Estados Unidos parece curto e cirúrgico com quase nenhum impacto para a economia mundial. Mas a verdade é que os efeitos para a política, a estabilidade e a segurança do Oriente Médio ainda vão se desenrolar por meses, talvez anos a fio.
Restou, ao envergonhar do regime dos aiatolás, uma reação módica, abrindo as portas para a desescalada do conflito, o que foi entendido prontamente por Donald Trump. Aliás, este é o melhor cenário para o americano, que tampouco quer envolver os Estados Unidos em mais um longo e dispendioso conflito no Oriente Médio. Lógico que nada na geografia da região é tão simples assim. Restam inúmeras questões sem resposta. É o fim ou apenas o começo?
Amanda Klein
O gabinete de Benjamin Netanyahu acusou o rival de ter violado o pacto e, na manhã de hoje, ordenou uma "resposta firme" aos mísseis supostamente lançados por Teerã. O regime iraniano negou que tenha desrespeitado o entendimento, confirmou o cessar-fogo e disse "não confiar" na "palavra do inimigo".
Amanda Klein trouxe mais questões sobre o conflito no Oriente Médio, destacando que nada indica que o Irã irá desistir do seu programa nuclear a médio prazo, apesar de extremamente enfraquecido no momento.
E talvez a maior de todas as perguntas: o governo dos aiatolás vai sobreviver, ou essa será a senha para a população iraniana iniciar a sua própria revolução e remover o regime teocrático altamente impopular?
Tudo parece um pouco mais calmo agora, mas nada indica que no médio prazo o Irã vá desistir do seu programa nuclear. A única forma de alcançar esse desfecho seria por meio da diplomacia. Nada sinaliza também que a corrente democrática no Irã terá força para se sobrepor ao regime autoritário.
O que está delineado até aqui é um Irã extremamente enfraquecido e isolado. Sem o auxílio dos grupos terroristas, que financiou por décadas, como o Hezbollah, Hamas e os Houthis, sem o socorro dos seus aliados, que formam o eixo antiamericano, a China, a Rússia, a Coreia do Norte, e com o seu sistema de ataque e defesa em grande parte destruído pelos israelenses.
Amanda Klein
O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.
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