Granja foco da gripe aviária tinha 17 mil aves; maioria morreu
A granja foco da gripe aviária no Rio Grande do Sul reunia mais de 17 mil aves e a maioria morreu. A propriedade fica em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre - a 70 km da capital gaúcha.
O que aconteceu
Granja foco de doença tinha 17 mil aves. Os animais estavam em dois galpões da granja, segundo o jornal gaúcho Zero Hora. A maior parte das galinhas morreu e as que sobreviveram foram sacrificadas, segundo o superintendente de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza, em coletiva de imprensa na manhã de hoje. "No caso desta granja em específico, já foi realizada a eliminação das aves afetadas. Depois vamos aguardar o período estabelecido pela Organização Mundial de Saúde Animal, que são dois períodos de 28 dias", disse o secretário.
Ovos que deixaram granja estão sendo rastreados, ainda segundo a Zero Hora. Os produtos já saíram do estado e a intenção é eliminá-los.
Área na volta da granja - totalizando um raio de 10 km - foi isolado. Nesta área estão sendo feitas investigações sobre possíveis vínculos do foco da doença com outras propriedades. José Eduardo dos Santos, presidente executivo da Asgav/Sipargs (Organização Avícola do Rio Grande do Sul), ressaltou que todas as propriedades existentes na cidade gaúcha de Montenegro estão sendo averiguadas.
Zoológico registrou mortandade de cisnes e patos. O Zoológico de Sapucaia do Sul, também na região metropolitana de Porto Alegre, registrou a morte de cisnes e patos. Inicialmente foi informada a morte de 38 cisnes e patos. Porém, segundo o jornal Zero Hora, o número subiu para 90 aves aquáticas. A visitação ao zoológico está suspensa por tempo indeterminado. "O acesso do público já estava suspenso de forma preventiva desde quarta-feira (14). A investigação da causa da morte incluiu a análise de amostras. Não há alteração nos trabalhos internos de atendimento aos animais", disse o governo estadual.
Não há risco para a saúde dos consumidores. Conforme José Cleber, é importante destacar que não há nenhum risco para os humanos, logo o consumo de produtos avícolas (carnes e ovos) pode ser feito normalmente, com a mais absoluta tranquilidade.
O risco da doença das aves para os humanos é muito reduzido. Não há estudos que comprovem que os trabalhadores do aviário que tiveram contato com as aves contaminadas possam transmitir para outros colegas ou pessoas da família. A situação, é claro, exige atenção e trabalho. Mas estamos tomando todas as medidas possíveis.
José Cleber Dias de Souza, superintendente de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul
Governo estuda com outros países limitar restrição ao RS
Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que negocia com outros países limitar a restrição para o estado do Rio Grande do Sul, liberando o restante do país para exportação da carne de frango. "Nada impede também que a gente continue negociando, com a transparência devida que o foco está restrito a essa região do Rio Grande do Sul. E os países, a qual a gente tem expectativa disso, como a União Europeia, por exemplo, que a gente possa flexibilizar. Do Rio Grande do Sul restrito e que o restante do Brasil possa comercializar", disse na manhã de hoje na GloboNews.
Paises como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, por exemplo, já aprovaram a regionalização, segundo nota do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). Conforme a pasta, as restrições para a exportação de produtos de aves seguem as exigências acordadas com países importadores, conforme os respectivos modelos de certificado sanitário internacional. No entando, o Mapa ressalta que não há, no momento, restrição generalizada da exportação de produtos de aves do Rio Grande do Sul.
Como efeito da detecção da enfermidade, aplica-se o acordado no certificado e inicia-se o processo de comunicação aos parceiros comerciais, com envio de nota técnica explicativa do fato, dando total transparência à situação. Além disso, o Mapa mantém seu corpo técnico à disposição para esclarecimentos ou eventual reunião técnica, caso solicitada por alguma autoridade de país importador, de modo a reafirmar o cumprimento dos compromissos pelo Brasil, aumentando a confiança no nosso sistema. Mapa em nota