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Prévia da inflação perde força em abril, mas alimentos pesam no bolso

Preço do tomate dispara 32,7% em abril - Rahel Patrasso/Folhapress/Xinhua
Preço do tomate dispara 32,7% em abril Imagem: Rahel Patrasso/Folhapress/Xinhua

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/04/2025 09h00

A prévia da inflação desacelerou pelo segundo mês consecutivo e fechou abril em 0,43%, mostram dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mesmo com a nova perda de ritmo, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) segue pressionado pela alta de preço dos alimentos. Entre os vilões, o destaque fica por conta do tomate, que está 32,7% mais caro.

O que diz o IPCA-15

Prévia da inflação fica em 0,43% no mês de abril. Alinhado com as expectativas do mercado financeiro, o resultado é o mais alto para o mês desde 2023 (0,57%). Em relação ao ano passado, quando o IPCA-15 foi de 0,21%, a oscilação é quase duas vezes maior.

Índice acumulado em 12 meses mantém aceleração. O IPCA-15 apresenta variação positiva de 5,49% entre maio do ano passado e abril deste ano. Trata-se da maior variação para o período desde 2022 (12,03%). No ano passado, a alta acumulada era de 3,77%.

Variação do IPCA-15 permanece acima do teto da meta. O limite de tolerância de 1,5 ponto percentual definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) permite que a inflação acumulada em 12 meses oscile entre 1,5% e 4,5% neste ano. Caso o furo persista até junho, o BC (Banco Central) deverá se explicar para o Ministério da Fazenda.

Alimentos mais caros

Grupo de alimentação e bebidas tem a maior variação. A alta de 1,14% corresponde a uma nova aceleração na comparação com a alta de 1,09% apurada em março.

Inflação da alimentação no domicílio ficou em 1,29%. A variação representa um ganho de ritmo ante o resultado do mês passado (1,25%) e foi puxada pelo aumento de preço do tomate (+32,67%), do café moído (+6,73%) e do leite longa vida (+2,44%).

Alimentação fora de casa também está mais cara. A alta de 0,77% apurada pelo IBGE é superior à registrada em março (+0,66%). Contribuem para o resultado as altas do lanche (+1,23%) e da refeição (+0,5%).

Gastos com saúde pesam no bolso

Reajuste dos medicamentos pesa na inflação  - Jadilson Simôes/Assembleia Legislativa do Sergipe - Jadilson Simôes/Assembleia Legislativa do Sergipe
Reajuste dos medicamentos pesa na inflação
Imagem: Jadilson Simôes/Assembleia Legislativa do Sergipe

Produtos farmacêuticos ficaram 1,04% mais caros. A variação é justificada pela autorização do reajuste de 5,09% nos preços dos medicamentos, que entrou em vigor a partir de 31 de março.

Reajuste guiou o grupo de saúde e cuidados pessoais. O avanço de 0,96% também foi impactado pelos aumentos de preço dos itens de higiene pessoal (+1,51%) e dos planos de saúde (+0,57%).

Transportes é único grupo com deflação

Variação negativa foi influenciada pelas passagens aéreas. Os bilhetes apresentaram queda de 14,38% em abril, fator decisivo para o recuo de 0,44% do grupo que apura os custos associados aos transportes.

Combustíveis veiculares ficam 0,38% mais baratos na bomba. O resultado é motivado pelas variações negativas nos preços do etanol (-0,95%), do gás veicular (-0,71%), do óleo diesel (-0,64%) e da gasolina (-0,29%).

Veja a variação de cada um dos grupos

  • Alimentação e bebidas: +1,14%
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,96%
  • Vestuário: +0,76%
  • Despesas pessoais: +0,53%
  • Comunicação: +0,52%
  • Artigos de residência: +0,37%
  • Habitação: +0,09%
  • Educação: +0,06%
  • Transportes: -0,44%

O que é o IPCA-15

Índice foi criado para apurar a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 18 de março e 14 de abril.

Indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

Coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal).

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