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Dólar cai pelo segundo dia seguido, mas segue no patamar de R$ 5,80

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Imagem: Pxhere
Camilla Freitas e Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

13/03/2025 09h51

O dólar apresentou estabilidade hoje e encerrou o pregão com leve queda de 0,11%, sendo negociado a R$ 5,801. Esse foi o segundo dia consecutivo de desvalorização da moeda norte-americana.

O que aconteceu

Dólar comercial operou em estabilidade. A leve oscilação negativa mantém a movimentação recente da moeda norte-americana, com os investidores ainda apreensivos diante das tarifas impostas por Donald Trump.

Moeda vem de duas quedas seguidas. O recuo de 0,75% não coloca o dólar novamente abaixo de R$ 5,80 e também não reverte a alta acima de 1% registrada na última segunda-feira.

Cotação para viajantes tem leve alta. O dólar turismo caminha na contramão da cotação comercial da moeda. A divisa subiu 0,12% e sendo vendida por R$ 6,039.

Preocupações seguem voltadas para decisões de Trump. O imposto de importação defendido pelo presidente dos EUA mantém o receio de guerra comercial e perda da força da economia global. "A ameaça de novas tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio traz um cenário de incerteza para os mercados, o que acaba impactando o apetite por risco", diz André Matos, CEO da MA7 negócios.

Mercado americano também está apreensivo. Scott Besson, Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, afirmou que o governo Trump está focado na economia de longo prazo, sem se preocupar tanto com as oscilações do mercado no curto prazo. A fala não foi bem recebida pelos investidores, pois sugere que o governo não pretende intervir para evitar a volatilidade.

Real sente enfraquecimento na cotação das matérias-primas. "A moeda brasileira, assim como outras moedas emergentes, enfrenta pressões externas, com a queda das commodities no exterior, como o minério de ferro e o petróleo", afirma Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

Desempenho econômico nacional também está no radar. A queda de 0,2% do volume de serviços prestados em janeiro, revelada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indica para uma eventual desaceleração econômica. Para Matos, o cenário "dificulta ainda mais a política de juros do Banco Central".

Risco fiscal ainda preocupa. Novas medidas do governo Lula, como isenção do Imposto de Renda e subsídios para alimentos e gás podem aumentar o risco fiscal do país, o que pode afetar a cotação do real, de acordo com William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Além disso, a entrevista dada pela ministra Simone Tebet ao GloboNews, na qual ela afirmou que o atual arcabouço fiscal não será suficiente no longo prazo reforçou, segundo o economista, a percepção de risco fiscal, afetando a moeda.

Bolsa

Ibovespa avança mais de 1,43%. A valorização leva o principal índice do mercado acionário brasileiro novamente acima dos 125 mil pontos (125.637,11). O movimento reverte a queda matinal registrada nos momentos iniciais do pregão. O volume ficou em R$ 15,55 bilhões.

Destaque no pregão de ontem, a Casas Bahia (BHIA3) teve a maior queda do dia. Após a divulgação do balanço financeiro, que registrou um prejuízo de R$ 452 milhões no quarto trimestre de 2024, as ações da empresa despencaram 12,82%, pressionadas pelos resultados abaixo do esperado. Na contramão da Casas Bahia, as ações da B3 (B3SA3) tiveram forte alta, avançando 10,48% e fechando a R$ 11,60.

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