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Nem IPCA, nem inflação nos EUA: dólar cai influenciado por tarifas de Trump

Donald Trump - Carl Court/AFP
Donald Trump Imagem: Carl Court/AFP

Do UOL, em São Paulo

12/03/2025 17h18

O dólar registrou mais uma queda hoje depois de iniciar a semana com uma valorização de 1,06%.

Se o motivo de a semana ter começado com a moeda americana voltando a superar o patamar de R$ 5,80 foram as declarações de Donald Trump assumindo que o país corria o risco de passar por uma recessão, o presidente dos Estados Unidos também é o grande responsável, segundo analista, da queda da moeda nesta quarta-feira.

O que aconteceu

Dólar fecha a R$ 5,808. A moeda comercial teve uma baixa desvalorização de 0,07% ao final do pregão de hoje. Apesar de dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos — que geralmente são fatores de grande influência no câmbio — terem estado dentro do que o mercado esperava, a guerra comercial iniciada por Trump, segundo Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, foi a grande responsável pelo resultado do dia.

As incertezas em torno das possíveis tarifas recíprocas de Donald Trump deixam os investidores indecisos. Vemos o dólar perdendo força frente a várias moedas no mundo, um movimento que pode ser interpretado como uma correção após a forte valorização ocorrida em 2024.
Anderson Silva, GT Capital

Moeda para viajantes também cai. Apesar de permanecer no patamar dos R$ 6, o dólar turismo registrou uma queda de 0,36%, fechando a R$ 6,032. "A cautela no mercado, somada à expectativa de que bancos centrais possam manter políticas monetárias menos agressivas, contribui para pressionar o dólar para baixo", diz Sidney Lima analista da Levante Inside Corp.

IPCA tem maior alta em fevereiro em 22 anos. A taxa de 1,31% é a maior para o mês desde 2003 (1,57%). Apesar disso, o resultado foi alinhado com as expectativas. "Esse número traz um pouco de conforto em termos de acomodação dessa inflação, apesar de ainda acharmos que ela deve se acomodar nos próximos meses num patamar bastante elevado", diz Lucas Barbosa, economista da AZ Quest.

Inflação nos EUA surpreende. Hoje pela manhã, relatório sobre a inflação do consumidor americano veio menor do que esperado em todas as medições. Na mensal, o mercado tinha tido uma leitura de 0,5% de aumento e índice veio a 0,2%, o que foi considerado um dado positivo uma vez que, de acordo com William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, pode abrir espaço para o Banco Central americano cortar juros mais à frente.

Tarifas ainda estão no foco. Nesta quarta, duas notícias sobre taxações dos Estados Unidos estiveram no radar do mercado brasileiro. Uma delas foi a fala do presidente Donald Trump de que haverá bem pouca flexibilidade em negociação tarifárias a partir de 2 de abril, além de reafirmar que "não está feliz" com a postura da União Europeia que prometeu retaliações aos EUA. Outra notícia, que diz respeito ao Brasil, foi sobre o início da cobrança da taxa de 25% sobre aço importado do país.

Bolsa

Ibovespa em alta. A Bolsa de Valores fechou com alta de 0,29% e mais de 123 mil pontos. O volume ficou em R$ 12,97 bilhões.

Casas Bahia (BHIA3) é destaque do dia. A varejista fechou com a segunda maior alta do dia (5%) atrás somente da RaiaDrogasil (RADL3) que valorizou 5,03%. A expectativa para a divulgação do balanço financeiros referentes ao 4º trimestre de 2024 fez as ações saltarem 106% em março.

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