CNI: Além dos EUA, tarifas sobre China também podem atingir o Brasil
Além das taxas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, as novas tarifas determinadas pelo governo americano contra a China também podem ter reflexos no mercado brasileiro, avaliou Mário Sérgio Telles, superintendente de Economia da CNI (Confederação Nacional da Indústria), no UOL News, do Canal UOL, nesta quarta-feira (12).
Essa é a preocupação dos dois setores afetados: o aço e o alumínio.
Mário Sérgio Telles, diretor da CNI
Na segunda-feira, Trump anunciou tarifas contra o aço, afetando potencialmente US$ 6 bilhões em exportações brasileiras. Os problemas podem ser ampliados ainda nesta semana, diante da promessa do americano de que irá aplicar uma política de reciprocidade tarifária. As tarifas contra o aço devem chegar a até 25%.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, o governo Lula estuda taxar plataformas digitais norte-americanas como medida de retaliação. Caso isso aconteça, serviços digitais de Amazon, Facebook, Instagram, Google e Spotify — uma empresa sueca — seriam afetados.
Na semana passada, os Estados Unidos já haviam taxado a importações chinesas em 10%. Como retaliação, a China aplicou taxas ao gás liquefeito e o carvão, em 15%, enquanto petróleo, máquinas agrícolas e veículos de grande potência, impostos de 10%.
Ao Canal UOL, Telles explicou que o setor brasileiro também está preocupado com o "tarifaço" imposto pelos EUA contra a China e citou a prática de dumping.
Na medida que se aumenta a taxação sobre o produto chinês, essa produção pode ocorrer um desvio de comércio, e ela procurar novos mercados ao redor do mundo para desovar essa produção. E isso pode acontecer nos dois casos: o aço e o alumínio.
E as nossas importações provenientes da China, que já cresceram muito nos últimos anos -- no caso do aço, por exemplo, cresceram mais de três vezes nos últimos 5, 6 anos... Há uma preocupação também com esses produtos que têm como destino os Estados Unidos. Se eles deixarem de entrar nos Estados Unidos, sejam deslocados para outros mercados e aí podem vir ao Brasil, inclusive com algumas práticas de comércio desleais, de dumping, por exemplo, e prejudicar a nossa indústria, não só na exportação, mas também aqui dentro do nosso próprio mercado.
Mário Sérgio Telles, diretor da CNI
A prática de dumping, citada pelo representante da CNI, consiste em exportar produtos a preços menores a um determinado país em relação aos que são praticados no mercado local. Essa prática, caso adotada pela China, pode prejudicar produtos do Brasil.
CNI: 'Ideal é chegar a um acordo antes de novas tarifas contra Brasil'
Ainda durante o UOL News, o representante da CNI falou sobre a taxação dos EUA sobre o aço e o alumínio brasileiros. Para ele, o ideal é chegar a um acordo antes que as novas tarifas entrem em vigor.
A gente já viu agora um adiamento das ações com relação ao Canadá e o México. E dos produtos de aço e alumínio em que o Brasil vai ser afetado, existe ainda um prazo para o início de março para vigorar essa medida.
Então, temos tempo para que o governo brasileiro negocie com os Estados Unidos. E o histórico recente, com o Canadá e o México, mostra que é possível, o caminho da negociação, ele é possível. Apoiamos essa postura de negociar, e o ideal realmente é que se chegue a um acordo antes do início da vigência dessa medida.
Mário Sérgio Telles, diretor da CNI
Professor: 'Com Trump e Musk, Casa Branca virou casa privada'
No UOL News, o professor e cientista político Fernando Abrucio afirmou que, com Donald Trump e o magnata Elon Musk, a Casa Branca —residência oficial do presidente dos Estados Unidos— parece ter virado uma espécie de casa privada.
Olhando para a imagem que vocês mostraram do Trump e do Musk, a Casa Branca virou uma casa privada. Fernando Abrucio, professor e cientista político
O professor se refere à imagem do encontro entre Trump e Musk, na Casa Branca, em Washington (EUA), nesta terça-feira (11). No encontro, o bilionário —nomeado como líder do Departamento de Eficiência Governamental no governo Trump— defendeu as ações de sua gestão para reduzir o tamanho do governo e os gastos federais e não levarem os Estados Unidos, segundo ele, à falência.
Musk foi um dos primeiros nomes anunciados por Trump para atuar na sua administração. O gesto levantou polêmicas, uma vez que o dono do X (antigo Twitter) tem contratos vigentes com o governo norte-americano, em um potencial conflito de interesses.
Josias: 'Lula acotovela Marina sobre petróleo'
No UOL News, o colunista Josias de Souza afirmou que o presidente Lula (PT) adotou um discurso semelhante ao de Donald Trump ao defender a exploração de petróleo no Amapá e bate de frente com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
Lula não precisava acotovelar a Marina Silva como fez. Até a primeira-dama Janja já havia visado que seu marido não abriria mão de explorar o petróleo na foz do Amazonas, na costa do Amapá. Em novembro do ano passado, Janja tinha dito algo muito parecido com o que Lula está dizendo agora. Naquela ocasião, parecia que Janja estava se metendo em uma saia-justa com a Marina. Josias de Souza, colunista do UOL
Em entrevista à rádio Diário do Amapá, Lula afirmou que é necessário liberar a Petrobras para pesquisar a exploração de petróleo na costa do estado. O presidente ainda criticou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ao dizer que o "órgão parece ser contra o governo" por "ficar nesse lenga-lenga".
Assista ao trecho no vídeo abaixo
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