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Cabe ao BC definir 'juro restritivo' para levar inflação à meta, diz Haddad

Adriano Machado/Reuters
Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/02/2025 11h58

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4) que caberá ao BC (Banco Central) a decisão sobre a taxa de juros a ser adotada para conter a inflação. A declaração surge após a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) projetar nova alta da taxa Selic em março e prever que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) vai furar a meta de inflação em 12 meses por todo o primeiro semestre.

O que aconteceu

Haddad comentou os pontos levantados pela ata do Copom. Segundo o ministro da Fazenda, a meta contínua de inflação dá mais liberdade para análise da taxa Selic. "O BC vai ter tempo de analisar o patamar do juro restritivo que vai manter e por quanto tempo, para atingir esse objetivo", disse.

Diretores do BC preveem estouro do limite da meta em junho. Diante das alterações no modelo, o furo ocorre sempre que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) superar o teto por seis meses consecutivos. Para este ano, a inflação prevista é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Mercado estima que a taxa Selic fechará 2025 em 15% ao ano. Com a nova alta de 1 ponto percentual já prevista para março, dos atuais 13,25% ao ano para 14,25% ao ano, as expectativas apontam para novos avanços nos meses seguintes com a intenção se segurar os preços. O ciclo de aperto monetário ainda não foi revelado pelo Copom.

Ministro diz estar otimista com arrefecimento da inflação de alimentos. Haddad avalia que a recente queda de 6% do dólar neste ano "já ajuda muito". "Com a ação do Banco Central e do Ministério da Fazenda, essas variáveis econômicas se acomodam e isso vai favorecer", afirmou.

Ele refirmou o papel da produção agrícola para conter os preços. "Estou muito confiante de que a safra deste ano, por todos os relatos que tenho ouvido do pessoal do agro, vai ser muito forte. Isso também vai ajudar", declarou.

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