Problemas com alegorias atrapalham esperança de bi da Unidos da Tijuca
Com enredo milionário, a Unidos da Tijuca, campeã do Carnaval de 2012, entrou na Marquês do Sapucaí às 23h53 neste domingo (10) com o objetivo de tentar o bicampeonato inédito com um samba sobre a mitologia alemã e o deus nórdico Thor. Mas problemas com carros alegóricos durante todo o desfile atrapalharam a esperança da agremiação, que recebeu apoio das arquibancadas, que não pararam de aplaudir e incentivar apesar dos percalços.
VEJA A LETRA DO SAMBA
Um raio rasgando o céu
Vai brilhar em cada cinema o anjo, sonhar |
Uma das principais atrações aguardadas no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do RJ, a Unidos da Tijuca teve problemas logo na concentração, quando o carro abre-alas atingiu parte da arquibancada e ficou danificado.
Integrantes da escola seguram, desde os primeiros minutos, partes afetadas pelo impacto na alegoria. Por conta do retardo, um buraco se formou entre a comissão de frente e a alegoria.
Já o segundo carro da escola, que representava uma floresta repleta de duentes e cogumelos, apresentou sinais de fumaça e ficou parado no meio da avenida logo nos primeiros minutos da apresentação. Bombeiros subiram na alegoria para tentar conter um incêndio, sendo que um outro notável buraco no meio do desfile foi criado por conta do atraso.
Mais tarde, a transmissão da TV Globo mostrou uma pessoa desmaiada e sendo socorrida pelos bombeiros após um segundo foco de incêndio no mesmo carro alegórico. A brigada acompanhou o veículo até o final (veja imagem abaixo).
Na dispersão, um problema elétrico no carro abre-alas provocou um novo atraso no desfile da escola. Os componentes precisaram passar do lado do veículo alegórico, que foi serrado ao meio para poder ser retirado da avenida. De acordo com a reportagem do UOL, a acoplagem já apresentava problemas na primeira alegoria da escola desde a concentração.
Houve ainda problemas com uma integrante que se assustou com a confusão no desfile e tentou deixar uma das alegorias às pressas.
Desfile
Marcado por percalços logo na concentração, área criticada pelo carnavalesco Paulo Barros por conta da ameaça de danos às alegorias, o desfile da Unidos da Tijuca trouxe uma comissão de frente que simbolizava a versão em quadrinhos de Thor, com seu martelo característico.
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11.fev.2013 - Uma pessoa desmaiada e outra com mal-estar foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros
A coreografia de Rodrigo Negri e Priscilla Mota, conhecida por inovar nos últimos dois carnavais, apresentou martelos voadores que roubaram a cena, girando nas mãos dos integrantes da comissão de frente (veja o segredo por trás do truque aqui).
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10.fev.2013 - "O martelo simboliza o poder de Thor", disse a coreógrafa da comissão de frente da Unidos da Tijuca
Responsáveis por inovar em 2010 ao fazer os integrantes trocarem de roupas em poucos segundos no meio do desfile na Sapucaí. No ano seguinte, a comissão de frente surpreendeu novamente quando os integrantes "perderam" as cabeças, como se estivessem em um enredo de filme de terror com técnicas de ilusionismo.
Com orquestras de bichos de Bremen e desfile de valquírias na ala das baianas, o complexo desfile da Unidos da Tijuca contava até mesmo com um tobogã em uma das alegorias, com componentes deslizando e caindo em um tangue de água. Invenções alemãs como o carro Fusca, da Volkswagen, também foram celebradas com fantasias no desfile. Ao todo, desfilaram 30 alas, seis carros alegóricos e 3,8 mil componentes.
Mesmo com os problemas no decorrer do desfile, o público presente na Sapucaí resolveu bater palmas cada vez que a organização da escola conseguia resolver um problema.
A socialite Cozete Gomes, do reality show "Mulheres Ricas", foi destaque da quinta alegoria da Unidos da Tijuca. Também esteve na Sapucaí a atriz e ex-BBB Juliana Alves, que foi rainha de bateria pela primeira vez pela escola.
Organizadores falam
Depois do desfile, o carnavalesco Paulo Barros minimizou os problemas. "O sentimento é de dever cumprido", disse, ressaltando não ter testemunhado o buraco formado entre o primeiro e segundo carros alegóricos logo no início do desfile.
Já o presidente Fernando Horta foi mais longe ao ignorar os problemas evidentes da apresentação. "Que problema? Não houve nada. Não houve nenhum problema técnico", afirmou o dirigente ao UOL.
*Com reportagem de Fabíola Ortiz e Renato Damião, no Rio de Janeiro