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MP da Colômbia pede 'pena exemplar' para mentor do assassinato de promotor paraguaio

19/08/2022 19h39

O Ministério Público da Colômbia vai pedir uma "condenação exemplar", de até 50 anos de prisão, para Francisco Correa, suposto mentor do assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci durante sua lua-de-mel em uma praia do Caribe, informou a instituição nesta sexta-feira (19).

Segundo a imprensa colombiana, Correa é um ex-militar de 43 anos que se vinculou a uma quadrilha do crime organizado e foi capturado em 3 de junho com outros quatro homens que admitiram sua responsabilidade.

Correia negou as acusações, enquanto seus cúmplices foram condenados a 23 anos de prisão cada um pelo homicídio de Pecci. O crime ocorreu no dia 10 de maio, em uma praia da ilha Barú, perto da turística cidade de Cartagena.

Em seu texto de acusação, o Ministério Público destacou que vai pedir uma pena "exemplar", de 40 a 50 anos, contra Correa no julgamento que começará em 19 de setembro.

O acusado responderá por homicídio e porte ilegal de arma.

O promotor encarregado do caso apresentou "material probatório" que evidenciaria que Correa "coordenou" o deslocamento dos pistoleiros que chegaram em moto aquática e atiraram em Pecci, que estava acompanhado da esposa, grávida, em uma praia.

Em Cartagena, Correa também contatou um casal para que seguisse os passos do promotor paraguaio.

Segundo o MP, o ex-militar entregou "o dinheiro, a arma e coordenou a logística" para a execução do assassinato.

A Justiça ainda não determinou quais foram os autores intelectuais do crime.

No entanto, o presidente colombiano, Gustavo Petro, fez eco de uma investigação segundo a qual o crime foi encomendado pelo narcotraficante uruguaio Sebastián Marset, de 31 anos, "foragido das Justiças uruguaia e paraguaia".

No Twitter, Petro compartilhou um artigo do site Rebelion.org, no qual destaca como responsável pelo crime o "clã Insfrán, rede de tráfico de cocaína comandada por Miguel Ángel Insfrán Galeano e pelo uruguaio Sebastián Marset Cabrera".

Segundo a publicação, Correa "tenta cooperar com a DEA [agência antidrogas] americana e com o Ministério Público colombiano para evitar sua extradição para os Estados Unidos".

Pecci, especializado em crime organizado, narcotráfico, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, havia investigado quadrilhas do Brasil, além de lavadores de ativos libaneses da Tríplice Fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina.

Também foi encarregado de casos de repercussão, como o sequestro e assassinato, em 2005, da filha do ex-presidente paraguaio Raúl Cubas (1998-1999), e do julgamento, em 2020, do astro do futebol Ronaldinho, detido em Assunção por falsificação de documentos.

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© Agence France-Presse

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