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Liz Cheney vai combater Trump e pode concorrer à Presidência dos EUA

17/08/2022 08h35

Por Liliana Salgado e Nathan Layne

JACKSON (Reuters) - A deputada republicana Liz Cheney prometeu fazer o possível para manter Donald Trump fora da Casa Branca e disse que decidirá nos próximos meses se vai concorrer à Presidência dos Estados Unidos, depois de perder as primárias em Wyoming na terça-feira para uma candidata apoiada por Trump.

Mas a senadora Lisa Murkowski, outra republicana que tem desafiado o ex-presidente, superou um obstáculo no Alasca. Ela deve enfrentar a desafiante endossada por Trump Kelly Tshibaka nas eleições para o Congresso de 8 de novembro, uma vez que as duas avançaram nas primárias apartidárias daquele Estado.

A derrota de Cheney para Harriet Hageman, apoiada por Trump, marca uma vitória significativa para o ex-presidente em sua campanha para derrubar os republicanos que apoiaram o impeachment dele depois que uma multidão de seus apoiadores invadiu o prédio do Capitólio no ano passado.

Ao admitir a derrota, Cheney --uma crítica feroz a Trump que tem desempenhado um papel proeminente na investigação do Congresso sobre o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio-- disse que não estava disposta a concordar "com a mentira do presidente Trump sobre a eleição de 2020" para vencer uma primária.

"Seria necessário que eu validasse os esforços contínuos dele para desmantelar nosso sistema democrático e atacar os fundamentos de nossa república. Esse era um caminho que eu não podia e não tomaria", afirmou ela a apoiadores.

Cheney disse ao programa "Today", da NBC, nesta quarta-feira que "fará o que for preciso para manter Donald Trump fora do Salão Oval" e que está considerando concorrer à Presidência.

"É algo em que estou pensando, e tomarei uma decisão nos próximos meses", disse ela ao "Today" quando questionada sobre uma candidatura presidencial, acrescentando que ainda tem muito trabalho a fazer no comitê que investiga o ataque ao Capitólio.

"Acredito que Donald Trump continua a representar uma ameaça e um risco muito grave para nossa república. E acho que derrotá-lo vai exigir uma frente ampla e unida de republicanos, democratas e independentes. E é disso que pretendo fazer parte", completou Cheney.

Com 99% dos votos apurados em Wyoming, Hageman liderava o campo republicano com 66,3% dos votos, seguida por Cheney com 28,9%, segundo a Edison Research, uma empresa de monitoramento eleitoral.

Os resultados eram menos claros no Alasca.

Com 72% dos votos apurados, Murkowski liderava com 42,7% dos votos, seguida por Tshibaka com 41,4% e a democrata Patricia Chesbro com 6,2%, de acordo com a Edison. O formato das primárias apartidárias naquele Estado elimina todos, exceto os quatro mais bem votados.

Murkowski, moderada que é uma das vozes mais independentes no Senado, ocupa o cargo desde 2003.

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