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'Lula defende liberdade religiosa', diz Haddad sobre fechamento de igrejas

do UOL

Colaboração para o UOL, em Brasília

16/08/2022 15h34Atualizada em 17/08/2022 17h14

Candidato ao governo de São Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT-SP) criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados que têm afirmado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinará o fechamento de igrejas caso seja eleito. O petista sancionou a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009, proposta pelo bispo e então senador Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Deus.

"Infelizmente, vamos ter que conviver com muita fake news, com muita mentira, como já está sendo alvo Lula, que foi o presidente que regulamentou a liberdade religiosa no Brasil. Isso garantiu que todos pudessem abraçar uma crença livremente, sem nenhum constrangimento do Estado. E ele, Lula, está sendo atacado neste momento pela família do próprio presidente da República, que acha que não tem que respeitar todas as religiões", afirmou Haddad.

A manifestação de Haddad ocorre depois de a coordenação da campanha de Lula identificar a disseminação de notícia falsa em que indivíduos críticos do PT dizem que, caso a esquerda volte ao poder no Brasil, templos religiosos serão fechados. Aliado de Bolsonaro, o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) afirmou hoje que a comunidade evangélica tem receio de eventual governo petista: "Existem muitas formas de se fechar uma Igreja. Uma delas é calando os pastores ou obrigando religiosos a terem condutas anti bíblicas. A igreja fisicamente estará aberta, mas na prática estará fechada", disse ele.

Em nota ao UOL, o PT afirmou que o partido estuda processar Feliciano após ele admitir ter espalhado a informação de que, se eleito, Lula (PT) fecharia templos. "Foi do PT a sanção da lei da liberdade religiosa, em dezembro de 2003. Sempre respeitamos todas as religiões", diz.

Bolsonaro repete mentira e Lula reage

Hoje, Bolsonaro repetiu a mentira dita recentemente por Feliciano, de que a esquerda defende o fechamento de igrejas. "É preciso estar atento. A partir de hoje, mais do que nunca, os que amam o vermelho passarão a usar verde e a amarelo, os que perseguiram e defenderam fechar igrejas se julgarão grandes cristãos, os que apoiam e louvam ditaduras socialistas se dirão defensores da democracia", escreveu o candidato à reeleição.

Por meio de suas redes sociais, Lula reagiu: "Bolsonaro mente para os evangélicos. Ele é um fariseu, tenta manipular a fé de homens e mulheres evangélicas que vão à igreja pela sua religiosidade. Conta mentiras todos os dias".

Aliados do petista têm divulgado nos últimos dia uma imagem em que rebatem a fake news: "Lula é cristão. Nunca fechou nem vai fechar igrejas".

Peça visual do pré-candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que o ex-presidente "é cristão e governa para todos"  - PT - PT
Peça visual do pré-candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que o ex-presidente "é cristão e governa para todos"
Imagem: PT

TRE mandou empresa remover cartaz com fake news

O juiz eleitoral Márcio André Keppler Fraga, do TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul), abriu prazo de 24 horas para que a empresa Life Mídias Urbanas LTDA remova um cartaz gigante que associa a esquerda ao crime organizado e convoca a população para os atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em 7 de Setembro em Porto Alegre. A decisão atende a um pedido do Ministério Público encaminhado hoje para a 113ª Zona Eleitoral da cidade.

A medida foi tomada depois de a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) criticar a instalação, por meio de suas redes sociais. "Todas as mentiras das redes ganham as ruas em Porto Alegre. Isso é criminoso. Quem pagou?", questionou ela numa publicação em sua conta no Instagram.

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