EUA acusam Irã de incitar ataque contra Salman Rushdie; iranianos negam
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, acusou o regime fundamentalista do Irã de ter inspirado o atentado contra o escritor Salman Rushdie, alvo de um ataque em Nova York no fim da semana passada.
"As instituições iranianas incitaram a violência contra Rushdie por gerações, e a imprensa estatal comemorou o atentado contra sua vida. Isso é desprezível", afirmou Blinken em um comunicado divulgado no último domingo (14).
Segundo o secretário, "forças perniciosas" tentam "minar" a liberdade de expressão, de religião e de imprensa, "inclusive por meio do discurso de ódio".
"Os Estados Unidos e seus parceiros não vacilarão em sua determinação de se levantar contra essas ameaças, usando todos os meios apropriados à nossa disposição. A força de Rushdie fortalece nossa determinação e ressalta o imperativo de permanecermos unidos contra aqueles que ameaçam esses direitos universais", acrescentou Blinken.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores do Irã negou "categoricamente" qualquer responsabilidade no ataque contra o escritor. "Ninguém tem o direito de acusar a República Islâmica do Irã", afirmou a pasta nesta segunda-feira (15).
Rushdie, 75, foi esfaqueado enquanto se preparava para dar uma palestra em Chautauqua, no estado de Nova York. Ele segue internado, mas já apresenta melhora. O agressor, Hadi Matar, americano de 24 anos que simpatiza com o regime iraniano, foi preso e responderá por tentativa de homicídio.
O escritor se tornou alvo de Teerã por causa do romance "Os versos satânicos" (1988), que é crítico ao Islã. Na época, o então guia supremo do Irã e líder da revolução de 1979, aiatolá Ruhollah Khomeini, chegou a oferecer dinheiro pela morte de Rushdie e convocou muçulmanos do mundo todo a assassinar o autor.
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