Suspeito de ataque armado a ônibus em Jerusalém é preso pela polícia israelense

A polícia israelense anunciou neste domingo (14) a prisão de um suspeito do ataque à mão armada a um ônibus perto da Cidade Velha de Jerusalém, que deixou oito feridos, dois em estado grave e uma mulher grávida. "O terrorista está em nossas mãos", disse o porta-voz da polícia Kan Eli Levy à rádio pública horas após o ataque, no início de domingo perto do túmulo de David, um local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos.

"Ele é um agressor solitário, um morador da cidade com antecedentes criminais", disse o primeiro-ministro israelense Yair Lapid durante sua reunião de gabinete. "Qualquer um que queira nos prejudicar deve saber que pagará o preço por qualquer dano a nossos civis", disse ele em um comunicado anterior.

O Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha, interveio após receber relatos de tiroteios em um ônibus em Jerusalém. Seu porta-voz, Zaki Heller, relatou sete feridos, "todos conscientes, uma mulher e seis homens, dois dos quais em estado grave". A polícia registrou oito feridos, de acordo com um relatório mais recente.

"Podemos confirmar que cidadãos americanos estão entre as vítimas", disse à AFP um porta-voz da embaixada dos EUA em Jerusalém. 

No Hospital Shaarei Tsedek, em Jerusalém, equipes médicas tiveram que realizar uma cesariana em uma mulher grávida ferida no ataque. "Ela continua entubada e em estado grave. A criança nasceu e está em condição estável", disse o porta-voz do hospital à AFP.

Por sua vez, o movimento islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, saudou uma "operação heróica" sem reivindicá-la formalmente. "Nosso povo continuará resistindo e lutando contra o ocupante por todos os meios", disse o Hamas em comunicado.

"Todo mundo estava em pânico"

"Eu estava voltando do Muro das Lamentações. O ônibus estava cheio de passageiros. Parei no ponto de ônibus David's Tomb. Naquele momento começou o tiroteio", disse o motorista do ônibus, Daniel Kanievsky, a um pequeno grupo de jornalistas no local.

"Vi duas pessoas sangrando no ônibus. Todo mundo estava em pânico", acrescentou ele, parado na frente de seu ônibus crivado de balas ao pé da Cidade Velha de Jerusalém.

Na primavera do Hemisfério Norte deste ano, 19 pessoas - a maioria civis israelenses - foram mortas, principalmente em ataques de palestinos. Três atacantes árabes israelenses também foram mortos.

No processo, as autoridades israelenses intensificaram as operações na Cisjordânia ocupada. Mais de 50 palestinos foram mortos, incluindo combatentes e civis, em operações e incidentes na Cisjordânia.

Na semana passada, o exército israelense realizou uma "operação preventiva" contra a Jihad Islâmica, um movimento islâmico armado na Faixa de Gaza, que respondeu com salvas de foguetes contra Israel.

Pelo menos 49 palestinos, incluindo combatentes da Jihad Islâmica, mas também civis e crianças, morreram durante esta escalada militar de três dias, que terminou em trégua em 7 de agosto, favorecida pela mediação do Egito.

(Com AFP)