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Pacote de Biden de US$ 430 bi representa maior investimento climático da história dos EUA

13/08/2022 10h24

A adoção do plano de investimento de Joe Biden dedicado ao clima e à Saúde pelo Congresso dos Estados Unidos, nesta sexta-feira (12), representa mais que uma vitória política para o presidente a três meses das eleições de meio de mandato. O texto, comemorado pelas associações de luta contra a mudança climática, inclui US$ 370 bilhões para o meio ambiente e outros US$ 64 bilhões para a Saúde, e pretende orientar o país no cumprimento das metas de redução de gases de efeito estufa.

O projeto, de mais de US$ 430 bilhões, foi aprovado pela Câmara após votação no Senado, no último domingo (7). O presidente norte-americano, que deve sancionar a medida na próxima semana, comemorou a aprovação. Em mensagem no Twitter, Biden afirmou: "Hoje o povo americano venceu. Os interesses particulares perderam". Ainda em postagem na rede social, ele destacou que, com a aprovação do projeto, "as famílias verão preços mais baixos de medicamentos prescritos, custos de saúde e de energia mais baixos".

Batizado como "Lei de Redução da Inflação", o projeto prevê diminuir o déficit público com um novo imposto mínimo de 15% para todas as empresas cujos lucros superam US$ 1 bilhão. Os republicanos criticaram o que chamam de um aumento desnecessário dos gastos públicos. O ex-presidente Donald Trump usou sua rede Truth Social para chamar todos os republicanos a se pronunciarem contra a medida.

Foco no clima  

Joe Biden chegou ao poder com grandes planos de reforma. Inicialmente, propôs um plano de investimento ainda maior, mas os democratas foram forçados a reduzir suas ambições para satisfazer principalmente o senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, um estado conhecido por suas minas de carvão. Seu apoio foi essencial por causa da tímida maioria democrata no Senado. Ainda assim, este continua a ser o maior investimento climático já feito nos Estados Unidos.

O projeto deve permitir que o país cumpra sua meta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 40% até 2030. A meta estabelecida por Joe Biden é uma redução de pelo menos 50% até esta data, mas outras medidas, em particular regulatórias, podem preencher parcialmente a lacuna, de acordo com especialistas. "Seria muito difícil exagerar a importância deste projeto de lei", declarou Dan Lashof, diretor do Instituto de Recursos Mundiais, nesta semana. "Ao criar incentivos muito fortes para investir em energia solar e eólica, isso praticamente esgotará o mercado de eletricidade a carvão na próxima década", destacou.

Com a reforma, um americano receberá até US$ 7,5 mil em créditos fiscais para a compra de um carro elétrico, e a instalação de painéis solares em telhados será subsidiada em 30%. Também estão previstos investimentos para o desenvolvimento de técnicas de captura de CO2, o cuidado com as florestas e a reforma de casas para famílias com menos recursos.

Bilhões de dólares em créditos tributários também serão oferecidos às indústrias mais poluentes para ajudá-las na transição energética, medida muito criticada pela esquerda do partido, que apesar de tudo teve que aceitá-la.

Medicamentos mais baratos

A segunda parte mais importante do plano de investimento corrige as enormes desigualdades no acesso aos cuidados com a saúde nos Estados Unidos, por meio da redução do preço dos medicamentos. O Medicare, sistema público de saúde destinado, entre outros, aos maiores de 65 anos, poderá pela primeira vez negociar diretamente os preços de alguns medicamentos com os laboratórios farmacêuticos para reduzi-los. Também deve garantir aos idosos que não paguem mais de US$ 2 mil por ano em remédios, a partir de 2025.

Medicamentos mais baratos ajudam a comunidade latina em particular, especialmente aqueles que são dependentes de insulina. De acordo com o Departamento de Saúde americano, em 2018 os hispânicos eram 1,3 vezes mais propensos do que os brancos não hispânicos a morrer de diabetes.

O projeto também prevê prorrogar as garantias do Affordable Care Act, mais conhecido como Obamacare, que destina subsídios para ajudar as famílias a pagar por atendimento médico.

(Com informações da AFP)

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