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FBI investiga Trump por possível violação de lei de espionagem

13/08/2022 11h19

O FBI apreendeu documentos "ultrassecretos" durante as buscas realizadas na mansão de Donald Trump na Flórida, segundo documentos judiciais divulgados nesta sexta-feira (12). Os investigadores suspeitam que o ex-presidente, ao estar ilegalmente em posse de documentos confidenciais, violou uma lei de espionagem do país.

Na sexta-feira, diversos documentos judiciais foram publicados por um juiz da Flórida: o mandado que autorizava a busca e apreensão e um longo inventário das provas recolhidas por agentes do FBI. Alguns estavam marcados como "ultrassecretos" e deveriam "estar disponíveis apenas em instalações especiais do governo", diz o mandado judicial federal de sete páginas. Um deles contém informações sobre o "presidente da França".

O Departamento de Justiça pediu a um juiz da Flórida que retirasse o sigilo do mandado de busca. O ex-presidente, por sua vez, disse que não se oporia à divulgação da intimação, mas denunciou que estava sendo vítima de uma operação política "sem precedentes", que atribuiu a "democratas radicais de esquerda". Trump e seus advogados tinham uma cópia do documento e um recibo que listava as provas levadas pelos agentes do FBI.

De acordo com o Wall Street Journal, as 20 caixas com documentos levadas pelos agentes continham pastas com fotos, uma nota escrita à mão e o indulto dado por Trump a Roger Stone, aliado do ex-presidente. Já o Washington Post informou que alguns dos documentos poderiam estar relacionados ao arsenal nuclear americano. No entanto, Trump escreveu em sua rede social, Truth Social, que "o tema das armas nucleares é uma mentira" e assinalou que o FBI poderia ter "plantado informações" em sua residência.

Ataques como consequência das investigações

Em um ato que parecia ser uma resposta direta à ação do FBI na Flórida, um homem armado tentou invadir um escritório do FBI em Cincinnati, Ohio, na quinta-feira (11).  O agressor, que foi morto a tiros pela polícia após um enfrentamento de uma hora, fez postagens na rede social de Trump afirmando que esperava que suas ações servissem como uma "convocação às armas".

Em pronunciamento na televisão, o ministro da Justiça norte-americano, Merrick Garland denunciou "ataques infundados" dos republicanos contra o seu departamento e contra o FBI, enquanto o diretor da polícia federal, Christopher Wray, que foi nomeado por Trump, falou em atos de "violência e ameaças contra as forças de segurança".

O Departamento de Justiça normalmente não confirma nem nega se está investigando alguém, mas Garland se esforçou para enfatizar que, no caso de Trump, a lei estava sendo aplicada de forma justa.

Em uma postagem feita na Truth Social na quinta-feira (11), o ex-presidente afirmou que seus advogados estavam "cooperando plenamente" com a Justiça e que "o governo poderia ter o que quisesse" de sua parte, se "estivesse" em seu poder.

Trump também enfrenta investigações judiciais sobre suas iniciativas para não reconhecer o resultado das eleições de 2020 e sobre o seu papel na invasão do Capitólio, cometida por seus simpatizantes, em 06 de janeiro de 2021.

(Com informações da AFP)

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