Weintraub declara R$ 15 mi, mais que a soma dos candidatos ao governo de SP

Candidato à Câmara dos Deputados por São Paulo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) declarou patrimônio de R$ 15 milhões em seu registro de candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O valor supera a soma de R$ 13,6 milhões em bens declarados por todos os oito candidatos ao governo de São Paulo que tinham se apresentado à Corte Eleitoral até as 11h desta sexta-feira (12).

O maior patrimônio indicado pelo ex-auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PL) é um imóvel avaliado em R$ 5,7 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas. Só a aplicação supera a fortuna declarada de R$ 5,2 milhões do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) —o mais rico no pleito ao governo estadual. Ao UOL, Weintraub emitiu a seguinte nota: "Tudo adquirido por meu trabalho na iniciativa privada, pagando 27,5% de imposto de renda e constando em meu IRPJ [Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas] há vários anos".

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Lista de bens declarados por Weintraub

Essa é a primeira vez em que o ex-ministro disputa um cargo eletivo, portanto, não há registros de anos anteriores para comparação.

O TSE restringiu neste ano a divulgação de informações sobre os bens dos candidatos. Agora, apenas dados genéricos sobre o patrimônio ficam disponíveis no sistema oficial, o que impede saber a localização de imóveis e modelos de veículos, por exemplo.

A medida, que tem como base a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e também ocultou os dados relativos às eleições anteriores, é apontada por especialistas como um grave retrocesso na transparência eleitoral. Os dados de pedido de registro de candidaturas são divulgados a qualquer cidadão no site do TSE

Candidato de primeira viagem

Weintraub entrou na política depois de se tornar ministro da Educação no governo Bolsonaro. Em julho deste ano, após desistir da candidatura ao governo de São Paulo, ele anunciou que concorreria como deputado federal.

"Abro mão da candidatura a governador e o Arthur a de senador, para fortalecermos o partido e ter uma bancada federal forte para enfrentar os desmandos do Centrão. A verdadeira direita conservadora precisa ter novamente seus espaços e valores conquistados. Hoje no país temos uma polarização entre esquerda e centrão. Não podemos esquecer que a política do bem se faz a partir das necessidades do cidadão", disse o ex-ministro da Educação à época.