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Taxista diz ter sido vítima de golpe de falso emprego e perde R$ 30 mil

Mensagem recebida pelo Whatsapp com proposta de trabalho - Arquivo pessoal
Mensagem recebida pelo Whatsapp com proposta de trabalho Imagem: Arquivo pessoal
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/08/2022 21h41Atualizada em 10/08/2022 21h41

Um taxista de Goiânia diz ter perdido mais de R$ 30 mil após ter sido vítima de um golpe de falsa promessa de emprego. Maxwilsson Carvalho, 45, recebeu uma proposta por meio do WhatsApp para atuar em uma plataforma online de vendas.

Segundo a mensagem, ele havia sido selecionado para trabalho de meio período no site, no qual deveria cumprir algumas tarefas para ganhar comissões sobre elas. Apesar de ter recebido retorno nas primeiras tentativas, Carvalho começou a perder dinheiro logo em seguida.

De acordo com a suposta funcionária da empresa, Carvalho receberia um crédito de R$ 30 na conta para começar a cumprir as tarefas online. O objetivo era utilizar o valor para simular uma compra e, consequentemente, aumentar a taxa de cliques de produtos em plataformas de e-commerce, ganhando comissão sobre a venda. A cada ciclo de tarefas concluído, Carvalho subiria de nível — o que resultaria em outros afazeres cujos créditos deveriam ser ainda maiores.

"Eu já tinha recebido esta mensagem outras vezes, mas eu pensei: 'deixa eu ver o que é'. Eu perguntei o que seria, começamos a conversar, a moça me explicou algumas coisas e o cadastro era só com o número de telefone. Disse que era um site ligado a uma famosa empresa de e-commerce então eu confiei. Ela disse que me daria R$ 30 para começar e assim eu entrei", contou ele em entrevista ao UOL. As conversas foram todas por WhatsApp.

"Era uma coisa simples, só dar um clique e tirar comissão de venda. Eram compras de mercado como leite, pomada, por exemplo. Na conclusão da minha primeira tarefa, eu obtive uma comissão de R$ 9. Saquei, fiz a transferência para o meu banco e o valor caiu na minha conta. Ela me perguntou se eu me interessaria passar para o nível 2, mas eu teria que pagar R$ 30."

Carvalho conta que topou seguir com o suposto trabalho e foi subindo de nível, ganhando as devidas comissões. As transferências para simular as compras ocorreram entre domingo (7) e segunda-feira (8).

No entanto, ao chegar no nível 4, ele teve que realizar um depósito de R$ 400. Para completar as simulações de compras propostas pela suposta empresa, no entanto, o valor não era o suficiente. A empresa passou a pedir mais transferências.

"Foi onde o bicho pegou. Até mais ou menos metade das tarefas consegui bancar as vendas, só que apareciam vendas altas, que não eram compatíveis com o meu saldo. Eu fiz mais depósitos para conseguir simular a compra. Então comecei a ficar desesperado."

Ele diz que ainda tinha esperança de sacar o dinheiro investido mais as comissões após a conclusão das tarefas, mas ao completá-las, uma série de empecilhos foram colocadas à frente.

"Quando eu completei, tinha um saldo de R$ 50.700 na plataforma. Então, para sacar esse valor, ela disse que eu teria que pagar um imposto de R$ 3 mil. Eu já estava desesperado e então paguei. Foi aí que ela veio e me informou que eu não tinha alcançado a pontuação da plataforma e que teria que depositar mais R$ 2 mil. Eu percebi que tinha alguma coisa errada."

Mesmo desconfiado, o taxista ainda realizou o segundo depósito, mas ainda assim não conseguiu sacar o dinheiro. Ele então começou a conversar com um suposto gerente financeiro, que pediu um aporte de quase R$ 10 mil para que ele conseguisse sacar o dinheiro.

"Eu falei para descontarem do meu saldo, mas me informaram que não poderiam. Quase pedi para um primo o valor, mas então acordei, pesquisei algumas coisas e vi que estava sendo vítima de um golpe."

Ao todo, Carvalho estima que perdeu R$ 30.600, dinheiro que estava guardado para realizar investimentos na fazenda que mantém com os pais. O saldo, com as comissões, ainda aparecem na plataforma, mas ele não consegue retirá-la.

"Eu fiz um boletim de ocorrência online sobre o caso. O gerente chegou a falar para mim que eu não precisava do dinheiro, que se eu precisasse, eu faria o depósito. Eu espero que essa história ajude outras pessoas a não caírem mais em coisas assim porque a sensação de impotência é muito grande", desabafa.

O UOL entrou em contato com a suposta empresa com quem Carvalho trocava mensagens para um posicionamento, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

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