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Alpes Suíços registram 0°C a mais de 5,1 mil metros

10/08/2022 16h21

ROMA, 10 AGO (ANSA) - Os Alpes Suíços registraram, pela primeira vez na história, um temperatura de 0°C a 5.184 metros de altura, informou a agência MeteoSvizzera nesta quarta-feira (10). O número elevado para a área foi registrado no fim de julho, em meio a uma das fortes ondas de calor que atingem a Europa.   

Conforme a ONG italiana Legambiente, o recorde nos Alpes mostra o quanto a atmosfera está "em total desequilíbrio" acima dos 3,5 mil metros de altura em toda a região. Essas anomalias estão sendo provocadas por conta de um inverno extremamente seco, que foi seguido por um verão com recordes de temperaturas e também com pouquíssima chuva.   

Algumas áreas dos Alpes, já na parte italiana, estão há mais de 100 dias sem nenhum tipo de precipitação e o acúmulo de neve no solo, desde maio, estão em zero em muitos pontos de toda a área.   

Os números foram divulgados pela Legambiente no lançamento da terceira fase da "Caravana das Geleiras", um monitoramento itinerante feito pela entidade em parceria com o Comitê de Glaciologia Italiano.   

"Os dados científicos indicam que as mudanças climáticas estão provocando eventos ambientais sempre mais rápidos e evidentes nos Alpes. Com apenas dois anos de distância, desde a primeira edição da Caravana, poderemos verificar diretamente as impressionantes mudanças ocorridas no tempo em algumas amostras das geleiras", disse o vice-presidente do Comitê, Marco Giardino.   

O diretor informou que a entidade recolhe amostras do tipo desde 1914 e que, com a nova Caravana, será possível "fazer a comparação com preciosos dados históricos [...] o que permitirá entender as modalidades das mudanças e avaliar quais são as possibilidades de respostas, em termos de mitigação e adaptação".   

As altas temperaturas em grandes altitudes estão sendo registradas em vários picos italianos e de toda a Europa. No início de julho, um gigante bloco de gelo se desprendeu do maciço do Marmolada, no extremo-norte da Itália, e matou 11 pessoas que estavam escalando no local.   

Segundo as autoridades, uma das principais causas - se não a principal - foi o aumento de temperatura. No dia 2 de julho, um dia antes da tragédia, a área atingiu 10°C positivos a mais de três mil metros de altura, um recorde histórico. (ANSA).   

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