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Três palestinos morrem em operação israelense na Cisjordânia ocupada

09/08/2022 06h52

Três palestinos morreram e dezenas ficaram feridos nesta terça-feira (9) em uma operação das forças israelenses em Nablus, na Cisjordânia ocupada, informaram o ministério palestino da Saúde e o exército do Estado hebreu.

Entre os mortos na operação está um alto comandante de uma facção armada, segundo o exército israelense.

"O terrorista Ibrahim al Nabulsi morreu na cidade de Nablus", afirma um comunicado militar de Israel, que também cita a morte de "outro terrorista" durante a operação.

A operação contra a casa de Al Nabulsi em Nablus, no norte da Cisjordânia, começou pela manhã.

Nabulsi era comandante da Brigada dos Mártires de Al Aqsa, um dos principais grupos militantes presentes na Cisjordânia que operam sob o partido governante Fatah.

Centenas de pessoas se reuniram em frente ao hospital de Nablus, onde cerca de dez homens armados levaram Nabulsi, informou um correspondente da AFP.

Após o ataque mortal, o grupo alertou que "a resposta será proporcional ao crime".

Na cidade antiga, um correspondente da AFP relatou uma troca de tiros entre palestinos e forças de segurança israelenses. 

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino disse que seus médicos trataram 69 pessoas com ferimentos de bala na área de Nablus, pelo menos quatro delas em estado crítico.

O exército israelense afirmou em nota que "todas as forças saíram da cidade, não há baixas".

Também houve confrontos com o exército israelense em outras partes de Nablus, onde os palestinos jogaram pedras nos soldados.

A incursão aconteceu dois dias após o final de uma operação militar israelense contra o movimento armado palestino Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, que terminou com 46 palestinos mortos, incluindo várias crianças, segundo as autoridades do território palestino.

- Adolescente assassinado -

O Ministério da Saúde palestino identificou os mortos como Ibrahim al-Nabulsi, Islam Sabbuh e Hussein Taha. 

Este último era um adolescente de 16 anos, disse seu pai, Jamal Taha, à AFP, ao contar que seu filho foi morto enquanto caminhavam para o trabalho. 

"O exército estava na cidade antiga. Meu filho ia na minha frente para o mercado, carregando sua comida. Houve tiros e quatro de nós ficamos feridos", explicou.

Nos últimos meses, as forças de segurança israelenses realizaram operações quase diárias na Cisjordânia, tendo como alvo os militantes da Jihad Islâmica.

Ao menos 57 palestinos morreram desde março, em sua maioria na Cisjordânia.

Entre as vítimas há supostos militantes e não combatentes, como a jornalista da Al Jazeera Shireen Abu Akleh, uma palestina que também tinha cidadania americana e morreu quando cobria uma operação israelense em Jenin.

Os ataques contra alvos israelenses deixaram 19 mortos no mesmo período, em sua maioria civis. Três agressores árabe-israelenses também morreram desde março.

Israel iniciou na sexta-feira o que chamou de ataque aéreo e de artilharia "preventivo" contra posições da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, o que levou os militantes do território a disparar mais de mil foguetes.

Uma trégua mediada pelo Egito permitiu o fim de três dias de intensos combates no domingo.

O primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, falou por telefone na segunda-feira com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi e elogiou o Cairo por seu papel em "preservar a estabilidade e a segurança regionais".

Após o ataque a Nablus, um porta-voz do presidente palestino Mahmud Abbas disse que Israel "não está interessado em calma e estabilidade". 

"Explora e mata palestinos para obter lucro na política interna israelense", disse Nabil Abu Rudeineh, referindo-se às eleições gerais antecipadas de Israel marcadas para 1º de novembro.

Lapid afirmou na segunda-feira que o bombardeio "foi um golpe devastador no inimigo" e a "cúpula de comando militar da Jihad Islâmica em Gaza foi atacada com sucesso".

bur-gl/feb/mis/zm/mas/zm/fp/aa

© Agence France-Presse

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