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Audiência de Bolsonaro no Flow foi quase o dobro da live de Lula no Podpah

Lula (PT) e Bolsonaro (PL) - Ricardo Stuckert e Clauber Cleber Caetano/PR
Lula (PT) e Bolsonaro (PL) Imagem: Ricardo Stuckert e Clauber Cleber Caetano/PR
do UOL

Colaboração para o UOL, em Brasília

09/08/2022 08h35

A entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Flow Podcast na noite de ontem foi acompanhada ao vivo por mais de 550 mil pessoas e ultrapassou a marca alcançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista ao PodPah, vista ao vivo por cerca de 290 mil espectadores em outubro do ano passado. Exibida no mesmo horário da live semanal do presidente, a entrevista com o petista foi uma das mais assistidas em tempo real pela audiência do podcast no YouTube, enquanto a tradicional de Bolsonaro às quintas-feiras marcava 8.877 visualizações ao vivo.

Além de quebrar o recorde de Lula, a live de Bolsonaro no Flow deixou para trás a entrevista de Mano Brown ao Podpah, que reuniu mais de 330 mil espectadores simultâneos. Pelas redes sociais, o presidente comemorou o número de acessos simultâneos. "Ultrapassamos a Beyoncé. Obrigado a todos", escreveu.

Mais de 5 horas de entrevista

Em mais de 5 horas de participação no Flow, o presidente repetiu notícias falsas e renovou ataques ao sistema eleitoral. A conversa começou às 19h e por volta da meia-noite, cinco horas após o início da conversa, a live contabilizava cerca de 420 mil acessos simultâneos

Candidato à reeleição e em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente também fez imitações de Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que é vice na chapa em que o petista concorrerá à Presidência da República. Bolsonaro ironizou o apoio do ex-tucano a Lula. "O pessoal cansou de PT e PSDB. Olha o Alckmin aí: 'Lula, Lula'", disse, emulando o parceiro de chapa do petista. "Eu estou com vergonha. Voltando à cena do crime", afirmou, lembrando uma frase usada pelo ex-PSDB para se referir a Lula quando ambos eram adversários políticos.

Ataques ao TSE

Durante a live, Bolsonaro voltou a criticar o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, e o ministro do STF Luís Roberto Barroso. Ele disse que ambos "mentiram" ao falar que o inquérito da PF sobre as urnas eletrônicas era sigiloso. A própria PF já concluiu que a invasão externa ao sistema de informática do TSE em 2018 não atingiu o sistema de votação. Ao comentar sobre a invasão dos sistemas de informática da Justiça Eleitoral naquele ano, que foi alvo de uma investigação da PF, Bolsonaro sugeriu que poderia ter vencido no primeiro turno.
"A imprensa não quer ouvir. Eu dou o inquérito da PF de 2018 para quem quiser. Para quem quiser. Apesar de o Supremo dizer que é confidencial, não é confidencial. Estão mentindo. Quem fala? [Luís Roberto] Barroso e Edson Fachin. [Eles] estão mentindo", declarou o presidente.

Sigilo de 100 anos

O candidato à reeleição minimizou a imposição do sigilo de cem anos no acesso às informações do governo, incluindo as visitas que ele recebe no Palácio do Planalto e disse que sua vida viraria um "inferno" caso não houvesse os decretos e afirmou que não "deve satisfação a ninguém" sobre quem recebe no Palácio da Alvorada, a residência oficial do chefe do Executivo.

O governo Bolsonaro impõe sigilo de cem anos para "temas sensíveis" desde o ano passado. Em 2021, o Palácio do Planalto vetou, por exemplo, a divulgação de dados sobre o cartão de vacinação do presidente. Questionado por um seguidor no Twitter, em abril, o presidente respondeu ironicamente: "Em 100 anos, saberá".

Apesar de Bolsonaro dizer que as visitas ao Palácio do Planalto são disponibilizadas na agenda "pública", apenas alguns compromissos oficiais são divulgados na agenda do presidente através do site do governo federal. Em 2021, por exemplo, o chefe do Executivo determinou o sigilo de 100 anos sobre informações dos crachás de acesso ao Planalto emitidos em nome dos seus filhos Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

'Criador' do Pix

Durante a live, bolsonaro afirmou que o Pix foi criação de seu governo que criou e atribuiu a ideia ao atual presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto. "O Pix foi o meu governo que criou", disse Bolsonaro. A plataforma de transferência instantânea começou a ser desenvolvida em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Quem presidia o BC na época era o economista Ilan Goldfajn.

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