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Começa campanha contra a pólio; saiba quem precisa tomar a vacina

Campanha de vacinação em Unidade Básica de Saúde em Aracaju - Cristino Martins/Agência Pará
Campanha de vacinação em Unidade Básica de Saúde em Aracaju Imagem: Cristino Martins/Agência Pará
do UOL

Do UOL, em São Paulo

08/08/2022 13h27Atualizada em 08/08/2022 13h34

O Ministério da Saúde inicia hoje uma campanha nacional para vacinar contra a poliomielite crianças de cinco anos que ainda não tenham recebido as primeiras doses. O Brasil não detecta casos de pólio desde 1989, mas a cobertura vacinal está cada vez mais longe da meta de 95% das crianças protegidas.

No último domingo (7), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu que pais e responsáveis levem as crianças para se vacinar.

Faço um apelo a todos os pais e mães, avós e avôs para que levem as crianças da sua família para as mais de 38 mil salas de vacinação do país. Não faltam vacinas, elas estão aí e elas só têm um dono: o povo brasileiro. Temos que imunizar 15 milhões de crianças contra a pólio.
Marcelo Queiroga

Entenda o que é a poliomielite, a importância da imunização e o tipo de vacina usado contra a pólio.

O que é a poliomielite?

A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes, por objetos, alimentos ou água contaminados, além de secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas.

Em casos graves, o vírus pode causar paralisia nos membros inferiores.

A infecção pelo poliovírus é muitas vezes assintomática, mas pode ser grave e provocar paralisias irreversíveis e fatais, já que, além dos membros, a pólio também pode paralisar os músculos responsáveis pela respiração. Nesses casos, a sobrevivência do paciente pode passar a depender do uso de um respirador.

A falta de saneamento e más condições habitacionais favorecem a transmissão da pólio. A vacinação é a única forma de prevenção.

Quem deve tomar a vacina contra a poliomielite?

Segundo o Ministério da Saúde, menores de cinco anos devem ser vacinados. Com a campanha, o governo pretende imunizar 14,3 milhões de crianças desta faixa etária.

A vacina contra a poliomielite estará disponível em 40 mil postos de saúde de todo o Brasil.

A vacina da poliomielite é de injeção ou gotinha?

Depende da idade da criança. O PNI (Programa Nacional de Imunização) recomenda que seja administrada a vacina inativa contra a poliomielite —de injeção intramuscular —aos dois, quatro e seis meses de idade. Ela foi introduzida em 2012 com duas doses, mas ampliada para três doses em 2016.

A injeção é considerada mais eficaz e segura que as famosas gotinhas que erradicaram a doença no Brasil e em boa parte do mundo.

Aos 15 meses e aos quatro anos, a imunidade da criança é reforçada com as gotinhas da vacina oral.

A infectologista Luiza Helena Falleiros Arlant explica que as três doses da vacina intramuscular deixam as crianças protegidas contra os três sorotipos do poliovírus, enquanto as gotinhas imunizam apenas contra dois deles.

O que fazer se atrasar uma dose da vacina?

Ainda segundo a Luiza Arlant, os pais que perderam o momento da vacina ou atrasaram alguma das três doses devem retornar imediatamente aos postos para continuar o esquema vacinal de onde ele foi interrompido.

"Se uma criança tomou uma vacina e ficou três anos sem receber nenhuma outra dose, ela tem que receber a segunda dose e, dois meses depois, receber a terceira. Ninguém recomeça o esquema, tem que continuar de onde parou. E continuar com a vacina intramuscular", afirma a médica.

Como está a cobertura vacinal contra a pólio no Brasil?

Segundo o SI-PNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

Depois de 2016, quando a vacinação foi ampliada para três doses, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019. Em 2020, a pandemia de covid-19 impactou as coberturas de diversas vacinas, e esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, que ainda pode ter dados lançados no sistema, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%.

A queda das coberturas vacinais no continente fez a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) listar o Brasil e mais sete países da América Latina como áreas de alto risco para a volta da doença. O alerta ocorre em um ano em que o Malawi, na África, voltou a registrar um caso de poliovírus selvagem, e a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, notificou um caso de poliomielite com paralisia em um adulto que não teria viajado para o exterior.

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