Secretaria-geral da OEA pede à comunidade internacional que 'pague a conta' no Haiti
A secretaria-geral da OEA instou, nesta segunda-feira (8), a comunidade internacional a "pagar a conta" para tirar o Haiti do "pior dos mundos" com o "Estado e a sociedade civil fragilizados", após 20 anos de "fracassos".
A crise do Haiti "é resultado direto das ações das forças endógenas do país e da comunidade internacional", cuja presença por 20 anos no país foi "um dos fracassos mais fortes e manifestos já implementados" na cooperação internacional, assegura uma nota da secretaria da Organização dos Estados Americanos (OEA), chefiada por Luis Almagro.
"Não foi capaz de facilitar a construção de uma única instituição", insistiu.
Sob o guarda-chuva da comunidade internacional, "as gangues criminosas fermentaram e germinaram (...) o processo de desinstitucionalização e a crise política", denunciou.
A secretaria acrescentou que "diante de seu fracasso" a comunidade internacional se retirou do Haiti "deixando para trás caos, destruição, violência" e "hoje tentam fazer acreditar que uma solução haitiana completamente endógena pode prosperar".
"Estamos em uma dimensão mais radical, ou menos radical, de um Estado falido e uma sociedade civil fraca e vulnerável. O pior dos mundos, um Estado e sociedade civil fragilizados", analisou.
O gabinete de Luis Almagro estima que os haitianos devem resolver o problema, mas "a comunidade internacional tem um papel a desempenhar".
Para sair da crise, a organização propõe promover um processo de diálogo, eleições livres e segurança, além de fazer justiça em relação ao assassinato do presidente Jovenel Moise em julho de 2021.
"Isto não pode ser feito sem que a comunidade internacional pague esta conta" e "não há tantos" países "que tenham capacidade para isso", sustentou, sem citar nomes.
O assassinato de Moise agravou a crise política haitiana. O parlamento não funciona, o país precisa de um presidente e o Tribunal de Justiça não está operacional devido à falta de juízes.
Embora caiba "esperar que as forças internas haitianas se oponham" ao diálogo institucionalizado, a OEA pede para "desarmar as quadrilhas armadas", resolver os "problemas da Constituição atual", criar um Banco Central autônomo, um judiciário independente e um sistema educacional eficiente, além de favorecer o investimento.
erl/gm/ap/am
© Agence France-Presse
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