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Cláudio diz que defende mulheres e quebra de aliança foi 'escolha do PT'

do UOL

Larissa Mauricio e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/08/2022 11h17Atualizada em 08/08/2022 15h37

O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, candidato pelo PDT ao governo do Ceará, disse que é um defensor das mulheres, ao responder sobre partido não apoiar a reeleição da atual governadora, Izolda Cela (ex-PDT e agora sem partido), e afirmou que quebra de aliança "foi um movimento unilateral do PT".

Disse que, mesmo após a escolha do próprio nome à candidatura, ele procurou manter diálogos para manter a aliança: "Todos os movimentos políticos do Partido dos Trabalhadores foram no sentido de caminhar no rompimento com a nossa aliança e lançar uma candidatura própria".

"Infelizmente, no entendimento que havia da aliança, cabia ao PDT o processo de escolha autônoma da sua candidatura e cabia ao PT a escolha do seu nome ao Senado Federal. O PT escolheu o nome do ex-governador Camilo e, ao final do processo, quando o PDT formalizou o meu nome, o PT decidiu unilateralmente pela saída da aliança", explicou.

O candidato petista ao governo do Ceará, Elmano de Freitas, disse durante sabatina que o "PDT foi absolutamente insensível ao reconhecimento do trabalho dessa mulher [Izolda Cela]".

Roberto Cláudio negou que houve machismo ao evitar apoiar a reeleição da governadora e exaltou o protagonismo feminino.

"Foi o PDT que conseguiu essa conquista, de dar espaços ao protagonismo feminino na luta política, e foi o próprio PDT também que conseguiu a façanha de ter a primeira governadora efetiva. Tenho muito respeito pela Izolda", afirmou, citando que gostaria de ter o apoio dela à sua campanha. Izolda saiu do PDT e ainda não anunciou como nem se participará de palanques.

Evitou ainda chamar o candidato às eleições presidenciais pelo próprio partido, Ciro Gomes, de "padrinho". "O Ciro é meu amigo e um líder político por quem tenho muita admiração pela coragem e autonomia de enfrentar a média do pensamento majoritário do poder brasileiro e ser muito coerente nessas posições ao longo da vida."

A escolha do nome de Roberto Cláudio para concorrer ao governo do Ceará causou, pela primeira vez, uma separação entre os irmãos Ciro Gomes (PDT), pré-candidato ao Planalto, Cid Gomes (PDT-CE), que é senador, e Ivo Gomes (PDT), prefeito de Sobral (CE), berço da família.

O ex-prefeito de Fortaleza negou que a aliança proposta fosse "para inglês ver", ou seja, o PDT tinha intenção de se unir ao PT para uma candidatura única no Ceará.

"Era de fato uma dinâmica partidária que pudesse mobilizar as bases e construir de baixo para cima, e não o contrário. [Era para ser] uma candidatura que pudesse ser representativa da diversidade do pensamento do PDT e da nossa aliança."

"Em nenhum momento da pré-candidatura, a não ser a partir de junho, quando o ex-governador Camilo passou a sinalizar o direito natural à reeleição, isso foi aventado. Isso surgiu como argumento ao final do processo."

Diz que se considera "um cara bom de diálogo" e que as críticas feitas por Elmano de Freitas à falta de pontes com outros partidos é apenas "retórica de enfrentamento eleitoral".

"Contra argumentos que não se sustentam, a melhor resposta são os fatos. Hoje eu tenho a maior aliança de partidos dos três candidatos. Se tem alguém que não tem problema em construir aliança, sou eu. A verdade é que o PT tomou a decisão unilateral de sair da aliança e agora quer terceirizar a sua responsabilidade", criticou.

O que faltou a Lula

Reconheceu avanços sociais no mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ressaltou que faltaram mudanças no modelo econômico e político por parte do petista. "O presidente Lula teve a oportunidade de fazer mudanças sociais que pudessem permitir um crescimento econômico mais longevo e não o fez. Tanto que o Brasil há dez anos vive um cenário de estagnação".

"Não estou brigado com ninguém. Estou apaixonado pela campanha", diz sobre um possível apoio a Freitas no segundo turno. "A vida pública não tem direito a mágoa e hostilidade. O que for melhor para o nosso povo é que deve mover as nossas decisões."

Diz que sua campanha vai ser "livre e verdadeira", apontando erros e soluções das gestões petistas. "Ninguém precisa votar por gratidão. Não quero ser a continuidade pela continuidade, nem a oposição odienta."

Cita como "problemas estruturais" no estado e que não foram solucionados, o combate ao tráfico de drogas e a educação "que liberta". Prometeu um ataque direto à pobreza.

"Não quero ser um crítico descomprometido e irresponsável dos problemas, quero apontá-los e para cada um deles dar um caminho de soluções. Ao mesmo tempo, implantar uma nova dose de ousadia, dinamismo e criatividade para construir um ciclo novo."

Sobre a liderança de Capitão Wagner (União Brasil), ele diz que tem uma boa dose de lembrança do eleitor, por ter passado os últimos quatro anos em pré-campanha, mas também é preciso "humildade para entender que parte da população está insatisfeita".

Os entrevistadores foram o colunista do UOL Carlos Madeiro e o repórter da Folha José Pedro Pitombo, com apresentação e mediação de Fabíola Cidral.

Se houver segundo turno no estado, as sabatinas serão realizadas na semana de 17 a 21 de outubro.

Calendário das sabatinas no Ceará

  • 10/08 - 10h - Capitão Wagner (União Brasil)

O que diz a pesquisa mais recente

Segundo levantamento do Paraná Pesquisas de julho, Capitão Wagner tem 44,5% das intenções de voto, contra 29,2% de Roberto Cláudio. Adelita Monteiro tem 3,5%. A pesquisa foi feita antes de o PT anunciar que teria pré-candidato próprio.

As 1.540 entrevistas foram feitas presencialmente com eleitores com 16 anos ou mais em 58 municípios entre os dias 11 e 15 de julho e registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número CE-05080/2022. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com índice de confiança de 95%. Custou R$ 30 mil, pagos com recursos do próprio instituto.

Brancos, nulos e aqueles que disseram que não irão votar em nenhum dos candidatos somam 15,8%, e aqueles que não souberam ou não responderam totalizaram 6,2%.

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