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Garoto ganha prótese do Capitão América feita por estudantes

Garoto ganha prótese do Capitão América feita por estudantes  - Divulgação
Garoto ganha prótese do Capitão América feita por estudantes Imagem: Divulgação
do UOL

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, no Recife (PE)

08/08/2022 06h00

Um menino de 5 anos que nasceu sem a mão esquerda ganhou uma prótese personalizada com as cores de seu super-herói favorito: o Capitão América. O presente foi dado por universitários do Distrito Federal, que se sensibilizaram ao conhecerem a condição do garoto. Os estudantes criaram uma prótese com tecnologia 3D e já entregaram ao pequeno Vingador, que está em fase de adaptação. Os pais de Raphael Batista contam que ele não se conteve de alegria ao saber que ganharia uma mão biônica, ainda mais no estilo do alter ego do capitão Steve Rogers.

"O Raphael não tem a mão esquerda. Ele nasceu com uma síndrome bem rara: Síndrome de Polland. Por causa disso, ele não tem um músculo do peitoral maior e isso fez com que a mão esquerda não se desenvolvesse", explicou o pai do menino, o fonoaudiólogo Franklin Batista, 53.

A Ecoa, Batista conta que Raphael nunca usou prótese. Desde que nasceu, o pequeno leva uma vida adaptada à falta da mão. "É vida normal, com algumas limitações. Essa é a primeira prótese que ele usa", disse.

Quando foi à universidade para conversar com os estudantes sobre o dispositivo, o pequeno estava usando uma sandália do Capitão América, lembra o pai. Os universitários perguntam se ele gostava de super-heróis e mostrou nos pés sua preferência.

Pai - Divulgação - Divulgação
Franklin Batista e seu filho Raphael
Imagem: Divulgação

"Putz, ficou radiante quando viu a prótese pronta. Criamos até um Instagram para perpetuar o momento: @aventurasdoraphael. Ele ainda está se adaptando à prótese. Às vezes, se recusa a usar. A gente então dá um tempo. Ele estuda em uma escola inclusiva, tem crianças com deficiência auditiva e outras alterações. Então, vai se acostumando porque vê as dificuldades de outras crianças", disse o pai.

A prótese foi desenvolvida por estudantes do IESB (Instituto de Educação Superior de Brasília). A iniciativa faz parte do projeto E-Nable na instituição e tem como objetivo imprimir, montar e entregar, gratuitamente, próteses de mãos feitas em impressoras 3D a pessoas com deficiência e que precisam do dispositivo

O projeto inovador reúne os universitários para projetar os equipamentos e transformar sonhos de crianças e adultos com deficiência em membros superiores em realidade. Segundo o IESB, pessoas que não possuem um ou todos os dedos ou qualquer membro abaixo do cotovelo podem se beneficiar dos dispositivos criados no laboratório da instituição. O trabalho é supervisionado pelos professores.

"O projeto e-Nable chegou como uma oportunidade fantástica para podermos aliar os estudos dos nossos alunos com os modernos equipamentos que temos em nossos laboratórios em prol de uma ação que envolve a comunidade. Trazer a comunidade para dentro da instituição é o que acreditamos ser uma extensão universitária de verdade", explica Larissa Cayres, coordenadora dos cursos de Arquitetura e Design de Interiores do IESB e responsável pelo projeto na instituição.

A professora destaca que os dispositivos criados na impressora 3D são úteis para aqueles que não têm a opção de uma prótese convencional devido ao custo, tempo de troca ou individualidade dos seus membros.

Equipamento

Mão - Divulgação - Divulgação
Prótese do Capitão América feita por estudantes
Imagem: Divulgação

As próteses funcionam com um simples movimento de agarrar. Elas abrem e fecham usando a flexão do punho ou cotovelo para criar a tensão para fechar os dedos, explica a coordenadora. "O indivíduo que vai recebê-las deve ter um punho ou cotovelo funcional para poder tirar o máximo proveito na utilização dos dispositivos recomendados pela e-NABLE", orienta a coordenadora Larissa Cayres.

Ela alerta que as próteses devem ser prescritas por um profissional de saúde e seu uso deve ser acompanhado por um responsável da área de reabilitação.

"Só com a prescrição de prótese é iniciado o processo de modelagem e impressão do dispositivo de acordo com as medidas do paciente e necessidades de adaptação.", reforça Larissa.

Depois de impressas, as próteses são montadas pelos estudantes, laboratoristas e professores. Após a doação, é necessário um período de adaptação, que não é demorado.

"Depois que a prótese está pronta, nossa equipe de profissionais e estudantes do IESB vai ensinar o beneficiário a usar as novas mãos. Elas são colocadas no punho utilizando uma faixa, como se fosse uma luva", disse.

Saiba como solicitar:

As próteses são registradas e sua comercialização é proibida por lei. O interessado em adquirir a prótese de mão confeccionada pelo IESB deve entrar em contato direto com o Centro Universitário pelo e-mail iprotese@iesb.br.

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