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EUA: pacote bilionário contra mudanças climáticas prevê ajuda de US$ 7,5 mil para compra de carro elétrico

08/08/2022 12h11

Após um ano e meio de negociações, o Senado americano aprovou um ambicioso plano de US$ 430 bilhões para o clima e o setor da saúde. O projeto defendido por Biden prevê uma série de benefícios à população, como ajuda para a compra de veículos elétricos e de painéis solares para as casas.
 

No total, se aprovado pela Câmara de Representantes na próxima semana, o pacote deve mobilizar US$ 370 bilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40%, até 2030. Com a reforma, cada americano poderá receber até US$ 7,5 mil em créditos fiscais para a compra de um carro elétrico. A instalação de painéis solares nos telhados será reembolsada em 30%. 

Vários bilhões de dólares em créditos tributários também serão oferecidos às indústrias mais poluidoras do país para ajudá-las em sua transição energética. Investimentos massivos também estão previstos para a construção de usinas de energia verde.

A aprovação do plano pelo Senado é vista como uma vitória pelos democratas, a menos de 100 dias das eleições de meio mandato, cruciais para o futuro do partido. "Esse projeto vai mudar os Estados Unidos nas próximas décadas", garantiu o chefe dos democratas no Senado, Chuck Schumer. 

O presidente americano, Joe Biden, também comemorou a decisão, reconhecendo que nem todos estão felizes com o resultado final. "Isso exigiu muito compromisso", disse o chefe da Casa Branca em um comunicado. "A Câmara dos Representantes deve aprová-lo o mais rápido possível e estou ansioso para transformá-lo em lei", acrescentou. 

Quinze horas de debates

"Vamos fazer desta votação um inferno", declarou o senador republicano Lindsey Graham no sábado (6), na abertura dos debates, que duraram cerca de 15 horas. Os conservadores não pouparam esforços para que as negociações se estendessem, atrasando a votação. 

Todos os republicanos votaram contra o texto, que eles afirmam que vai gerar gastos inúteis às despesas públicas. A ala mais à direita do Partido Democrata também fez duras críticas ao projeto que é o maior investimento dos Estados Unidos até hoje em prol da luta contra as mudanças climáticas. Já o grupo mais progressista da legenda se opôs contra as vantagens às empresas mais poluidoras e lamentou que um plano ainda mais ambicioso não será aprovado. 

O célebre senador de esquerda Bernie Sanders apresentou diversas emendas para reforçar o aspecto social do texto. Nos últimos meses, o projeto foi alvo de várias mudanças, aquém de satisfazer todos os grupos do Senado. 

US$ 64 bilhões para a área da saúde

O texto prevê, também, investimentos de US$ 64 bilhões em saúde e a redução gradual do preço de alguns medicamentos, que nos Estados Unidos podem ser até dez vezes mais caros do que em outros países ricos. No entanto, os progressistas tiveram que abandonar suas ambições de creches e faculdades gratuitas e melhores cuidados para os idosos.

"Milhões de aposentados continuarão com dentes podres e não receberão as dentaduras, aparelhos auditivos ou óculos que merecem", criticou Bernie Sanders. "Esse projeto de lei não faz nada para resolver esse problema", ressaltou o ex-candidato à presidência. 

Paralelamente a esses investimentos maciços, o projeto de lei visa reduzir o déficit público com um novo imposto mínimo de 15% para todas as empresas cujos lucros ultrapassem US$ 1 bilhão. Desta forma, pretende evitar que a indústria utilize brechas que atualmente as permitem escapar do fisco. Estima-se que essa medida possa gerar mais de US$ 258 bilhões de receitas federais nos próximos 10 anos.

(Com informações da AFP)

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