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Ausente, Ratinho Jr é alvo principal de debate para o governo do Paraná

Candidatos ao governo do Paraná - Gledson Laurek/Divulgação/Band
Candidatos ao governo do Paraná Imagem: Gledson Laurek/Divulgação/Band
do UOL

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

08/08/2022 00h35Atualizada em 08/08/2022 02h25

Alegando agenda prévia em Maringá, a 450 quilômetros de Curitiba, o governador Ratinho Jr (PSD) não esteve presente no debate realizado na Band Paraná na noite deste domingo. Apesar da sua ausência, anunciada de forma antecipada, o candidato que concorre à reeleição esteve no centro do encontro desta noite, com críticas recorrentes a sua atuação.

"Não me causa estranheza a ausência do Rato neste debate. Ele é realmente ausente do governo do estado", declarou o ex-governador Roberto Requião, seu principal adversário segundo as sondagens eleitorais.

"Fica bastante claro que nós não temos governador do Paraná. Todos os candidatos que estão aqui estão querendo preencher o vazio do governo do estado, que precisa ter identidade com a população. O Paraná precisa de um governo, cuidar da regionalização, devolver alegria à sala de aula e dar dignidade aos policiais, que serão dignos com a população", complementou Requião.

"Ratinho só se preocupa em colocar areia na praia", afirmou Professor Ivan (PSTU), em alusão à obra que está sendo realizada para a engorda da praia de Matinhos, a cerca de 100 quilômetros da capital.

No total, o debate teve a presença de oito candidatos: Adriano Teixeira (PCO), Angela Machado (PSOL), Joni Correia (DC), Professor Ivan (PSTU), Roberto Requião (PT), Ricardo Gomyde (PDT), Solange Bueno (PMN) e Vivi Motta (PCB).

Pedágio

O pedágio foi um dos temas recorrentes no debate, especialmente pelo fato de as concessões terem se encerrado em novembro do ano passado. Desde então, não houve renovação e nem uma nova licitação sobre o tema, mantendo as cancelas abertas. Apenas no primeiro bloco, três questões se focaram neste assunto.

"Eu recusei o aumento do pedágio, que é o maior roubo da história do país. Eu assumo um compromisso: vou acabar com isso. Como existem estradas federais, eu preciso do apoio do presidente da República. Quero uma parceria com Lula para moralizar um dos maiores escândalos do Brasil", afirmou Requião (PT). "Nossa proposta é um pedágio público de manutenção de estrada para financiar corta-mato, manutenção e saúde", ressaltou.

"O governo atuou para que o pedágio ficasse paralisado em um ano eleitoral. Existem mais 15 praças que vão instalar para tirar o 'coro do lombo do trabalhador'. Eu quero tirar essas 15 novas praças de pedágio, no próximo contrato. Isso é inadmissível", declarou Solange Bueno, citando a proposta do governo do estado no modelo de concessão que não saiu do papel.

"Nossa proposta é um Paraná sem pedágio. Nós pagamos as tarifas mais altas do Brasil, com casos famosos de corrupção das empresas. O novo modelo de concessão é uma tragédia", disse Angela Machado. Gomyde citou os pedágios federais para São Paulo e Santa Catarina como referência: "Quase tivemos um novo contrato longo, com preços mais elevados e mais praças de pedágio. Garantimos fazer o pedágio por menos de R$ 5", disse.

Cenário nacional em destaque

A disputa para a presidência também esteve presente ao longo do encontro. O presidente Jair Bolsonaro (PL) sofreu inúmeras críticas em um debate com a participação de diversos partidos alinhados à esquerda. "Feminicídio passa por derrotar o Bolsonaro, que é um grande incentivador da violência. Ele não gosta de mulheres", afirmou Angela Machado em uma questão sobre violência urbana.

Professor Ivan, do PSTU, criticou a atuação do governo federal e estadual em meio à pandemia. "Ratinho nunca se colocou contra a política de Bolsonaro. Nunca se teve um isolamento de verdade. A falta de um verdadeiro lockdown e de um auxílio digno aos que precisavam foi o que levou o Brasil a uma situação de quase 700 mil mortos", disse.

No espectro favorável ao presidente, Solange Bueno alegou que o problema da falta de emprego no estado é consequência do impacto da pandemia na economia. "Estamos pagando a falta de responsabilidade do nosso governador, que enfiou as pessoas dentro de casa sem trabalho. Agora querem colocar na conta do presidente da República a falta de responsabilidade de governadores que atuaram como donos de estados", disse.

Joni Correia, do DC, afirmou que a presença de vários partidos com perfil de esquerda no debate favorecia o desenvolvimento de "dobradinhas", se portando como apoiador da candidatura de José Maria Eymael (DC) à presidência. "Ficam levantando a bola para um ou para o outro: quando eu voltar aqui para a minha reeleição daqui a quatro anos, é capaz de o Requião e o Ratinho estarem alinhados, assim como Lula e Alckmin", disse, mencionando a candidatura do PT à Presidência.

Ricardo Gomyde (PDT) destacou que foi o candidato escolhido por Ciro Gomes para "desenhar um projeto para o Paraná".

Ratinho Jr lidera pesquisa, seguido por Requião

Uma pesquisa divulgada pelo instituto Real Time Big Data, contratada pela Record TV e divulgada em 21 de julho, mostrou que o atual governador Ratinho Jr venceria a disputa no primeiro turno. Ele somava 43% das intenções de voto. Os demais candidatos registravam 25% das intenções, sendo 16% para Roberto Requião (PT). Os votos brancos totalizaram 14% e não sabe/não respondeu, 18%.

A pesquisa do Instituto Real Time Big Data foi feita com 1.500 entrevistas por telefone no Paraná entre os dias 19 e 20 de julho. O nível de confiança é de 95%, e o custo foi de R$ 20.000. O número de registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é PR-06745/2022.

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