Premiê do Sudão está preso em casa de general
"Ele está na minha casa", disse o chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Burhan, em coletiva de imprensa nesta terça (26), na capital Cartum.
"Sim, prendemos ministros e políticos, mas não todos", declarou o general, acrescentando que o primeiro-ministro está "bem de saúde" e vai "retornar para casa quando a crise acabar".
O novo golpe ocorreu dois anos e meio depois da deposição do presidente Omar al-Bashir, que governava o Sudão desde 1989 e é acusado de crimes de guerra e genocídio no conflito em Darfur.
Após a prisão de Hamdok, milhares de pessoas saíram às ruas de Cartum para protestar contra os militares, sendo que pelo menos 10 foram mortas pelas forças de segurança, de acordo com "fontes médicas" citadas pela BBC.
Além disso, três embaixadores sudaneses na Europa (Bélgica, França e Suíça) desertaram e proclamaram suas sedes diplomáticas como "representações do povo".
Desde a deposição de Bashir, o Sudão era comandado por um governo transitório formado por civis e militares e que prometia organizar eleições livres e democráticas. No entanto, divisões entre as forças civis serviram de justificativa para os militares darem um golpe.
Segundo Burhan, o Exército vai garantir uma "passagem democrática para a atribuição do poder a um governo eleito". O golpe foi condenado de forma quase unânime pela comunidade internacional, e os Estados Unidos suspenderam suas ajudas financeiras ao Sudão. (ANSA).
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