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EUA se diz 'profundamente preocupado' com novas construções israelenses na Cisjordânia

26/10/2021 19h06

Washington, 26 Out 2021 (AFP) - Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira (26) que estão "profundamente preocupados" com o anúncio de Israel sobre a construção de mais de mil novas residências nas colônias judaicas da Cisjordânia ocupada.

"Estamos profundamente preocupados com o projeto do governo israelense", declarou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, aos jornalistas.

"Nos opomos firmemente à ampliação das colônias, o que é totalmente contrário aos esforços de reduzir as tensões e garantir a calma, e afeta as perspectivas de uma solução de dois Estados", israelense e palestino, acrescentou.

O Estado hebraico anunciou no domingo planos de construir 1.355 novas casas em colônias judaicas na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, uma decisão denunciada pelos palestinos.

Essas novas acomodações devem se somar às cerca de duas mil residências anunciadas em agosto pelas autoridades e que devem obter nesta semana o sinal verde definitivo do Ministério da Defesa.

"Fortalecer a presença judaica (na Cisjordânia) é essencial na visão sionista", disse o ministro da Construção, Zeev Elkin, membro do partido de direita Nova Esperança, que faz parte da coalizão governamental liderada por Naftali Bennett.

"Estimamos também que todo o esforço que busca legalizar retroativamente os assentamentos ilegais é inaceitável", prosseguiu, ao assegurar que funcionários do mais alto escalão do governo americano apresentaram essas posições "diretamente" a seus colegas israelenses.

Este é um dos posicionamentos mais firmes tomados pelos Estados Unidos em relação à colonização israelense nos territórios palestinos desde a chegada do presidente Joe Biden à Casa Branca, no início deste ano.

- Mudança de postura -Seu antecessor, Donald Trump, adotou uma posição mais tolerante e ele multiplicou os gestos em direção a Israel e ao então primeiro-ministro, seu "amigo" Benjamin Netanyahu.

O ex-secretário de Estado Mike Pompeo, inclusive modificou, em 2019, a doutrina americana e afirmou que Washington deixou de considerar as colônias como contrárias ao direito internacional, uma decisão comemorada por Israel, mas denunciada pelos palestinos.

Pompeo se tornou em novembro passado - depois que Trump perdeu a eleição, mas enquanto ainda estava no poder -, o primeiro chefe da diplomacia americana a viajar para uma colônia na Cisjordânia ocupada.

A colonização israelense experimentou um grande boom sob o impulso de "Bibi" Netanyahu, durante a era Trump.

O governo Biden, oficialmente contrário à colonização, foi prudente nos últimos meses, limitando-se a pedir a Israel e aos palestinos que se abstivessem de realizar qualquer medida "unilateral" que pudesse aumentar as tensões, mesmo na área de colonização.

Mas a equipe democrata agora parece estar se aproximando da posição do ex-presidente Barack Obama, que, ao final de seu mandato em 2016, permitiu a adoção de uma resolução histórica da ONU condenando as colônias israelenses.

As colônias instaladas nos territórios palestinos ocupados por Israel são de fato consideradas ilegais pelas Nações Unidas e vistas como um freio à paz por grande parte da comunidade internacional.

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