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Bombeiros de Nova York protestam contra vacinação obrigatória

 Nova York estendeu a obrigatoriedade da vacina aos 160 mil funcionários municipais - iStock
Nova York estendeu a obrigatoriedade da vacina aos 160 mil funcionários municipais Imagem: iStock

25/10/2021 20h04

Nova York, 25 Out 2021 (AFP) - Milhares de funcionários da cidade de Nova York, a maioria bombeiros, marcharam nesta segunda-feira (25) pela ponte do Brooklyn em oposição à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19, anunciada na semana passada pela prefeitura.

"Por acaso nós perguntamos se você está vacinado quando telefona para a emergência?", "Necessários ontem, desempregados hoje", eram algumas das frases presentes nos cartazes empunhados pela multidão, composta por homens em sua maioria.

Os manifestantes rechaçam aqueles que representam para eles "o fim das liberdades": o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio.

Todos os funcionários municipais foram convidados a marchar da ponte do Brooklyn até o City Hall, sede da prefeitura, mas os bombeiros - dois quintos dos quais não se vacinaram - eram os mais numerosos.

Os efetivos de combate ao fogo eram facilmente reconhecíveis pelas camisas de seus quarteis, algumas das quais incluíam os nomes dos colegas mortos nos ataques de 11 de setembro de 2001.

Segundo o Departamento dos Bombeiros de Nova York (FDNY, sigla em inglês), 60% de seus funcionários estavam vacinados (17.000), um índice muito abaixo da média entre a população adulta da cidade (84%).

Entre os manifestantes, que não confiam nos jornalistas, e em meio a muitas bandeiras americanas e referências ao ex-presidente Donald Trump, John, um bombeiro de 35 anos, explicou que não é contrário à vacina, e sim à obrigatoriedade da mesma. "Jamais desejaria que alguém fosse obrigado a revelar informações sobre sua saúde para mim", disse o bombeiro, que não quis divulgar seu sobrenome.

Adriane Williams, 43 anos, funcionária do FDNY, afirmou que não irá se vacinar, mesmo que isso custe o seu emprego. "É uma escolha entre a minha profissão e a minha vida, e preciso escolher a minha vida", garantiu, apesar de as vacinas serem consideradas seguras pela maior parte dos especialistas. "Mas eu não deveria ser obrigada a escolher", prosseguiu, ao reconhecer que teme perder o emprego e ficar "sem nada", após ter sido "funcionária por 19 anos".

Depois dos professores e profissionais de saúde, cuja taxa de vacinação ronda agora os 95%, Nova York estendeu a obrigatoriedade da vacina aos 160 mil funcionários municipais, dos quais 46 mil ainda não tinham recebido a primeira injeção na semana passada. Na última quarta-feira (20), assim que De Blasio anunciou a medida, o sindicato de policiais da cidade declarou que recorreria na Justiça.

Para motivar os mais indecisos, a prefeitura prometeu um bônus salarial de 500 dólares para quem receber a primeira dose antes de 29 de outubro. Após essa data, os que ainda não tiverem se vacinado terão seus salários suspensos em um primeiro momento.

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