Quinze missionários dos EUA sequestrados no Haiti
Porto Príncipe, 17 Out 2021 (AFP) - Cerca de 15 missionários americanos foram sequestrados no sábado (16) por uma gangue criminosa na periferia de Porto Príncipe, disse à AFP uma fonte de segurança haitiana.
Entre 15 e 17 americanos, entre eles crianças, estão nas mãos de um grupo armado que há meses realiza sequestros e roubos na região localizada entre a capital do Haiti e a fronteira com a República Dominicana, afirmou a fonte, que disse não poder confirmar se os sequestradores pediram pagamento de resgate.
"O bem-estar e a segurança dos cidadãos americanos no exterior é uma das nossas principais prioridades no Departamento de Estado. Sabemos desta informação e não temos nada a acrescentar no momento", comentou com a AFP um porta-voz do governo dos EUA.
Na manhã de sábado, a gangue denominada "400 mawozo" desviou vários carros que transitavam por estradas que controla e sequestrou os americanos e cidadãos haitianos.
Os missionários e seus familiares voltavam de uma visita a um orfanato a cerca de 30 km de Porto Príncipe, disse à AFP uma fonte do serviço de segurança.
Para alguns membros dessa organização religiosa sediada em Ohio, EUA, esta era sua primeira viagem ao Haiti.
Em abril, 10 pessoas - incluindo 10 religiosos franceses - foram sequestradas por essa gangue na mesma região.
Libertado após 20 dias de cativeiro, o padre Michel Briand disse então à AFP que o grupo estava "em um lugar ruim, em um momento ruim" e que quem os sequestrou não planejou isso.
As gangues armadas, que durante anos controlaram os distritos mais pobres da capital haitiana, ampliaram seu poder para Porto Príncipe e seus arredores, onde o número de sequestros extorsivos está aumentando.
Mais de 600 crimes deste tipo foram registrados nos primeiros três trimestres de 2021, contra 231 no mesmo período de 2020, segundo o Centro de Análise e Investigação em Direitos Humanos, com sede na capital haitiana.
Uma profunda crise política paralisa o desenvolvimento socioeconômico do Haiti há muitos anos.
O assassinato em 7 de julho do presidente Jovenel Moïse por parte de um comando armado em sua residência privada mergulhou ainda mais o país caribenho na incerteza.
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