Presidente argentino faz apelo por unidade em meio à crise política após primárias
Por Jorge Otaola e Walter Bianchi
BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de centro-esquerda, pediu unidade na quinta-feira, depois que uma rebelião de ministros de esquerda radical ameaçou separar a coalizão governista após uma derrota contundente nas eleições primárias de meio de mandato.
O governo foi abalado na quarta-feira depois que o ministro do Interior, Eduardo de Pedro, ofereceu sua renúncia junto com várias outras autoridades de esquerda, sinalizando uma cisão dentro da coalizão governista entre os mais moderados e facções mais radicais.
O governo sofreu um duro golpe no domingo em uma eleição primária aberta, vista como um indicador confiável antes de uma eleição para o Congresso em novembro, na qual a coalizão governista pode perder o controle sobre o Congresso.
“A coalizão governista deve ouvir a mensagem das urnas e agir com responsabilidade”, escreveu Fernández no Twitter, dizendo que garantiria a unidade da coalizão e que o governo continuaria a agir da forma que ele “considerasse apropriada”.
“Este não é o momento de levantar disputas que nos desviem de nosso caminho”, escreveu o presidente.
A incerteza política assustou os investidores e pressionou os mercados locais e a moeda argentina, o peso.
Fernández ainda não aceitou ou rejeitou oficialmente as renúncias dos ministros da ala mais "kirchnerista" da coalizão peronista, ligada à poderosa vice-presidente Cristina Kirchner.
(Reportagem de Jorge Otaola e Walter Bianchi)
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