Topo
Notícias

Esse conteúdo é antigo

Imprensa britânica pede proteção para colaboradores afegãos

05/08/2021 08h04

Londres, 5 Ago 2021 (AFP) - Várias organizações de jornalistas do Reino Unido pediram ao governo de Boris Johnson que dê proteção urgente aos afegãos que trabalharam para os veículos de comunicação britânicos durante a guerra e que agora veem suas vidas ameaçadas pelo avanço dos talibãs.

Na carta assinada pelos principais jornais britânicos, de acordo com The Times nesta quinta-feira (5), assim como as redes de televisão Sky News e ITN, alerta-se para o risco que estes trabalhadores afegãos correm, após a retirada das forças militares da coalizão ocidental.

O documento se dirige, diretamente, ao primeiro-ministro conservador e a seu ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab.

"Precisamos agir urgentemente. A ameaça que pesa sobre suas vidas é grande e se agrava", afirma a carta.

"Se nós os deixarmos para trás, jornalistas e profissionais da imprensa afegãos que desempenharam um papel essencial para informar o público, colaborando com a mídia britânica, estarão expostos a possíveis perseguições, atentados contra sua integridade física, prisão, tortura, ou morte", advertem os signatários.

Há tempos, o Afeganistão é um dos países mais perigosos para os jornalistas. Está na 122ª posição em termos de liberdade de imprensa, de um total de 180 países, no "ranking" publicado em maio pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Em 17 de julho, o fotógrafo indiano Danish Siddiqui, que trabalhava para a agência de notícias Reuters, foi morto durante a cobertura dos combates entre os talibãs e as forças afegãs no distrito de Spin Boldak.

Em maio passado, um famoso apresentador de televisão afegão, Nemat Rawan, foi assassinado, depois de ameaças dos talibãs a veículos que fazem, segundo eles, uma "cobertura tendenciosa" da atualidade. Os talibãs negaram qualquer envolvimento no homicídio.

Depois da retirada dos soldados da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) do país, o governo britânico lançou um amplo programa de realocação de tradutores e funcionários afegãos que trabalhavam com seu Exército.

Em uma nota divulgada na terça-feira (3), o ministro da Defesa, Ben Wallace, e a ministra do Interior, Priti Patel, reafirmaram seu compromisso de acolher "o mais rápido possível" 500 ex-trabalhadores locais e suas famílias. Cerca de 2.500 pessoas serão atendidas e se juntarão a outras 3.000 já beneficiadas por este programa de realocação.

spe/gmo/sba/grp/mar/tt

Notícias