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Governador de Nova York nega assédio sexual detalhado em relatório

04/08/2021 02h57

Nova York, 3 ago (EFE).- O governador de Nova York, Andrew Cuomo, negou contundentemente nesta terça-feira as conclusões divulgadas pela Procuradoria-Geral do estado em relatório que aponta que o político assediou sexualmente várias mulheres, a maioria funcionárias e ex-funcionárias do governo, entre 2013 e 2020.

"Quero que saibam diretamente de mim que nunca toquei em nenhuma mulher de maneira inapropriada nem me insinuei sexualmente", comentou o governador em mensagem televisionada duas horas após a divulgação dos resultados da investigação, que levou a uma onda de pedidos para que Cuomo renuncie ao cargo.

"Tenho 63 anos. Vivi a minha vida inteira publicamente. Este não sou eu, nunca fui eu", acrescentou o governador, que desde março, quando foram reveladas as primeiras acusações, nega todas repetidamente.

Após cinco meses de investigações sobre várias alegações de assédio, nas quais 179 pessoas foram entrevistadas e 74 mil provas foram coletadas, entre documentos e-mails, mensagens e fotos que "revelam uma imagem perturbadora, mas clara", a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, divulgou um relatório sobre o caso.

De acordo com o documento, o governador infringiu "leis estaduais e federais ao assediar sexualmente múltiplas mulheres, muitas delas jovens, com toques, beijos, abraços e comentários inapropriados que não foram desejados", explicou a procuradora.

Cuomo, entretanto, afirmou nesta terça-feira que seu advogado respondeu a todas as acusações em um documento que disse estar disponível em seu site para que o público analise, e frisou que "os fatos são muito diferentes do que foi retratado".

Ao se defender, o governador mencionou a acusação de Charlotte Bennett, uma jovem ex-assistente que trabalhou em seu escritório até novembro do ano passado e que em fevereiro do mesmo ano denunciou que Cuomo a fez várias perguntas incômodas sobre sua vida pessoal, entre elas sobre o fato de ter sido vítima de um assédio sexual antes.

Segundo o político, essas conversas com Bennett ocorreram porque ele se sentiu "muito identificado" com a situação, já que uma pessoa de sua família foi vítima de agressão sexual na adolescência.

"Pensei que tinha aprendido muito sobre esse assunto pela minha experiência familiar e acreditei que podia ajudá-la a atravessar este momento difícil", explicou.

Cuomo argumentou também que "um julgamento na imprensa não é a forma de estabelecer os fatos sobre este assunto" e defendeu "a oportunidade de uma revisão completa e justa com um juiz e um júri".

O relatório, de 169 páginas, conta com 11 denunciantes cujas alegações são descritas detalhadamente, nove delas funcionárias ou ex-funcionárias do governo estadual, e "todas consideraram perturbador, humilhante incômodo e inapropriado" o comportamento do governador". EFE

hc/vnm

(foto)

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