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Governador de Nova York assediou funcionárias sexualmente, diz investigação

04/08/2021 02h53

Nova York (EUA.), 3 ago (EFE).- Uma investigação da Procuradoria Geral de Nova York, nos Estados Unidos, divulgou nesta terça-feira que o governador do estado, Andrew Cuomo, assediou sexualmente várias mulheres e criou um "clima hostil de trabalho" e fez retaliações contra, ao menos, uma delas.

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, concedeu entrevista coletiva hoje para apresentar as informações sobre várias denúncias e revelou que 179 pessoas prestaram depoimentos e foram obtidas 74 mil provas, entre documentos, mensagens e fotos.

"Revelam uma imagem perturbadora, mas clara", garantiu James.

Segundo a procuradora-geral, o governador infrigiu leis estaduais e federais, ao "assediar sexualmente diversas mulheres, muitas delas jovens, com toques, beijos, abraços e comentários impróprios que não foram desejados", entre 2013 e 2020.

James explicou que o caso foi conduzido por investigadores independentes e lança luz sobre "a injustiça que pode estar presente nos mais altos escalões do governo".

A procuradora-geral apresentou um inquérito de 165 páginas e garantiu que as portas estão abertas para que os Poderes Executivo e Legislativo do estado de Nova York "e o público em geral", assim como as mulheres envolvidas, decidam se entram com uma ação na justiça.

Cuomo, cuja popularidade caiu nos últimos meses pela atuação na resposta à pandemia da covid-19, tem sido alvo de várias investigações, cujo foco em comum é determinar se ele abusou dos poderes que tinha pelo cargo que exerce.

No caso que veio ao público hoje, 11 denunciantes são apresentadas, sendo que nove delas eram funcionárias ou ex-funcionários do governo do Estado, sendo que "todas elas consideraram perturbador, humilhante, incômodo e inapropriado" o comportamento de Cuomo.

Além disso, o inquérito apresentado hoje indica que as próprias políticas internas do Executivo de Nova York foram violadas, na resposta às denúncias de assédio e com o fato de ter ocorrido represálias contra uma das mulheres que decidiu apresentar queixa.

Segundo James, a "cultura" de trabalho no governo era marcada pelo "bullying, medo e intimidação, por um lado, e de outro, pela normalização do flerte frequente e dos comentários baseados no gênero que o governador fazia".

Cuomo participou da investigação e respondeu perguntas sob juramento, admitindo algumas das alegações e negando as mais graves. Em diversas situações, o governador disse não se lembrar dos incidentes. EFE

nqs/bg

(foto)

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