UE sanciona filho e esposa do presidente Ortega por "graves violações aos direitos humanos"
A União Europeia sancionou nesta segunda-feira (2) um filho do presidente nicaraguense Daniel Ortega, sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, e seis outros funcionários do regime por sua responsabilidade em "graves violações dos direitos humanos" cometidas neste país da América Central.
"A detenção de um sétimo candidato potencial à presidência na semana passada ilustra tristemente a extensão da repressão na Nicarágua e mostra um quadro sombrio para as próximas eleições", afirmou o comunicado da UE.
"As medidas restritivas agora se aplicam a um total de 14 pessoas" proibidas de permanecer e transitar na UE e cujos bens na região estão congelados, continua o comunicado. "Fica proibido aos cidadãos e às empresas da UE disponibilizarem fundos para eles", sublinha o texto.
O assessor econômico do presidente Ortega, Bayardo Arce Castano, também está entre as autoridades sancionadas, juntamente com o presidente da Assembleia Nacional, Gustavo Eduardo Porras Cortes, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Alba Luz Ramos Vanegas, a procuradora-geral, Ana Julia Guido Ochoa, e dois policiais.
Juan Carlos, filho de Daniel Ortega, é o líder do movimento sandinista de 4 de maio e dirige o Canal 8, um dos principais canais de televisão do país. As novas sanções haviam sido anunciadas no início de julho pelo chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell. "A Nicarágua entrou em uma espiral de repressão" contra a oposição na corrida para as eleições presidenciais, lamentou o chefe da diplomaria da UE antes da reunião do Parlamento Europeu em sessão plenária em Estrasburgo, no leste da França.
As últimas sanções europeias contra o regime de Daniel Ortega datam de maio de 2020. Ortega, ex-guerrilheiro que já havia liderado o país de 1979 a 1990, voltou ao poder em 2007 com a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN, à esquerda), permanecendo após duas reeleições. Seus oponentes acreditam que ele concorrerá a um quarto mandato na votação de 7 de novembro.
(Com informações da AFP)
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