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EUA prometem 'resposta coletiva' ao ataque contra petroleiro atribuído ao Irã

EUA prometem "resposta coletiva" ao ataque contra petroleiro atribuído ao Irã - John Macdougall/AFP
EUA prometem 'resposta coletiva' ao ataque contra petroleiro atribuído ao Irã Imagem: John Macdougall/AFP

02/08/2021 20h06

A pressão sobre o Irã aumentou nesta segunda-feira (2), depois que os Estados Unidos prometeram uma "resposta coletiva" ao ataque contra um petroleiro administrado pela empresa de um israelense, que foi atribuído a Teerã.

"Haverá uma resposta coletiva", disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

"O Irã continua agindo de forma tremendamente irresponsável", afirmou. "As ações iranianas são uma ameaça direta à liberdade de navegação", disse Blinken um dia depois de ter acusado o Irã de ter cometido este ataque no mar de Omã.

Autoridades iranianas desmentiram no domingo qualquer vínculo com o ataque ao petroleiro "Mercer Street", gerido pela empresa do magnata israelense Eyal Offer. Um britânico e um romeno morreram no ataque que, segundo Washington, foi executado com "drones explosivos".

Reino Unido, Romênia e Israel estão entre os aliados com os quais Washington coordenou ações, disse Blinken.

O Irã prometeu nesta segunda responder a qualquer "aventura" contra o país, após as ameaças de represálias dos Estados Unidos e de Israel.

"A República Islâmica não vai hesitar em proteger sua segurança e seus interesses nacionais", disse o porta-voz de Assuntos Exteriores, Saïd Khatibzadeh.

O Irã "responderá imediatamente e de forma decisiva a qualquer aventura", acrescentou.

Provas ou acusações infundadas?

Este novo episódio ocorre na véspera da posse do novo presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raisi, que inicia seu mandato de quatro anos.

O Irã é um inimigo declarado dos Estados Unidos, com os quais não mantêm relações diplomáticas desde 1980 e Israel, cuja existência não reconhece.

Na sexta-feira, no dia seguinte ao ataque, o ministro israelense de Relações Exteriores, Yair Lapid, acusou o Irã de ser "um exportador de terrorismo, de destruição e instabilidade, que afetam todo o mundo".

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, disse na segunda-feira perante o Parlamento: "É exatamente por essa razão que devemos agir agora frente ao Irã (...) Esta não é uma ameaça futura, mas um perigo concreto e imediato".

O Irã refutou todas as acusações. "O regime sionista (Israel) deve parar de lançar este tipo de acusações infundadas", respondeu Khatibzadeh.

No entanto, o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, disse ter "provas" sobre o envolvimento do Irã.

Na mesma linha de Israel, Blinken afirmou que Washington está "certo de que o Irã havia cometido o ataque".

Depois que Israel ameaçou com represálias e Washington, com uma "resposta apropriada", o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, advertiu que o Irã "deve enfrentar as consequências" por um ato "inaceitável e escandaloso".

"Via diplomática"

O Reino Unido pediu ao Irã que "cesse imediatamente as ações que põem em risco a paz e a segurança regionais e internacionais".

O primeiro-ministro britânico advertiu nesta segunda que o Irã deverá "enfrentar as consequências" de "um ataque inadmissível e escandaloso contra um navio comercial" no qual "um cidadão britânico foi morto".

"É absolutamente essencial que o Irã, como todo país, respeite a liberdade de navegação no mundo e a Grã-Bretanha continuará insistindo nisso".

Londres e Bucareste convocaram seus respectivos embaixadores iranianos.

O Irã, que também convocou o encarregado de negócios no Reino Unido, avaliou que "a fonte da insegurança no Golfo Pérsico não é o Irã, mas a presença de navios e forças militares alheios à região".

Há anos, Israel e Irã se enfrentam direta ou indiretamente no Líbano, na Síria, no Iraque e na Faixa de Gaza. Mas nos últimos meses, esta rivalidade chegou aos mares, após uma misteriosa sequência de sabotagens e ataques.

O ataque de quinta-feira foi a última manifestação de inimizade entre o Irã e Israel.

Em março, o jornal The Wall Street Journal reportou que Israel atacou com minas submarinas desde o fim de 2019 a pelo menos uma dúzia de navios em direção à Síria que transportavam, em sua maioria, petróleo iraniano.

"Se têm provas para manter suas afirmações infundadas, que as proporcionem", disse na segunda-feira Khatibzadeh, ao mesmo tempo em que condenou Londres e Washington por se manterem em "silêncio" diante destes "ataques terroristas" contra "navios comerciais" iranianos.

O Irã é "um mau protagonista do cenário internacional (...), mas continuamos pensando em buscar a via diplomática", disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, que também reiterou a vontade dos Estados Unidos de salvar o acordo nuclear iraniano.

O retorno a esse acordo deixaria os Estados Unidos "em uma posição melhor para responder aos outros problemas", acrescentou.

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